Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Livro e Literatura

Total de visualizações de página

SALVE 18 DE ABRIL! SALVE MONTEIRO LOBATO!

  No dia 18 de abril de 1882 nasceu em Taubaté-SP, Monteiro Lobato, escritor e editor brasileiro. Foi o primeiro autor da literatura infantil no Brasil e na América Latina.   Metade de suas obras é formada de literatura infantil, e destaca-se pelo caráter nacionalista e social. O universo retratado em suas obras são os vilarejos decadentes e a população do Vale do Paraíba, quando da crise do café. Ele situa-se entre os autores do Pré-Modernismo, período que precedeu a Semana de Arte Moderna. Foi alfabetizado pela mãe, Olímpia, e logo despertou o gosto pela leitura, lendo todos os livros infantis da biblioteca de seu avô, o Visconde de Tremembé.   Formou-se na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em SP, em 1904. Nesse mesmo ano voltou para Taubaté. Prestou concurso para a Promotoria Pública, assumindo o cargo na cidade de Areias, no Vale do Paraíba, no ano de 1907.   No dia 12 de novembro de 1912, o jornal O Estado de São Paulo publicou uma carta sua enviada à redação

14 DE MARÇO E A VOZ DOS EXCLUÍDOS

O dia 14 de março é prodigioso em nossa literatura, nesse dia nasceram o poeta Castro Alves, Carolina Maria de Jesus, nossa primeira escritora negra, Carlos Heitor Cony, de Quase Memória e João Felício dos Santos, de Gamga Zumba e Xica da Silva . Os homens deram voz aos excluídos e a mulher, ela própria uma excluída, ousou escrever e se transformou na mais importante escritora negra do país, prestigiada no exterior.   CASTRO ALVES (Antônio Frederico), nasceu em Muritiba, BA, em 1847.  Conhecido como o poeta dos escravos, faleceu de tuberculose em 6 de julho de 1871, aos 24 anos, sem ter podido concluir seu mais ambicioso trabalho, o livro Os Escravos , uma série de poesias em torno do tema da escravidão.  O negro, escravizado, dificilmente se podia elevar a objeto estético, mas Castro Alves eleva-o dessa condição, numerosas vezes. Para a maioria dos escritores que trataram do tema, o problema social surgiu como consciência literária, o abolicionismo era visto apenas como sentimento

MOACYR FÉLIX, DE "O PÃO E O VINHO"

Moacyr Félix, poeta, escritor, editor, e intelectual brasileiro , é um dos autores lembrado s em nosso podcast d esta quinta-feira, ao lado de Ribeiro Couto, Manoel Bastos Tigre e Peregrino Júnior. Moacyr nasceu no Rio de Janeiro,  em 11 de março de 1926,   e morreu também no Rio de Janeiro, em 25 de outubro de 2005,   portanto, estamos a 95 anos de seu nascimento. Foi um poeta e escritor combativo, ligado aos movimentos contra a ditadura militar, pelo que pagou caro. L ançou seu primeiro livro de poesia,  Cubo de Trevas, em 1948 . Formou-se em Letras na Sorbonne, e estudou Filosofia no Collége de France. Até 1954 foi redator e locutor de um programa da Radio e Televisão Francesa para a América Latina. De volta ao Brasil, trabalhou como redator da revista literária  Marco,  e  foi redator e locutor de um programa semanal sobre poesia e literatura na Rádio Ministério da Educação e Cultura. Ainda nos anos 50 colaborou em periódicos como  Correio da Manhã ,  Diário de Notícias ,  Alg

JOSÉ MAURO E MEU PÉ DE LARANJA LIMA.

Conheci José Mauro de Vasconcelos uma noite no hotel em que estava hospedado em São Carlos-SP, quando estive na cidade para participar do Festival de Teatro em 1971, ou 1972, não lembro agora. Na meia hora em que estive com ele, certamente influenciado pela leitura de seus livros, fiquei com a impressão de estar diante de uma pessoa muito tranquila, quieta, mas o que vim descobrir depois foi exatamente o contrário. Desde jovem ele foi muito inquieto, filho de família pobre nordestina, de origem indígena e portuguesa, ele nasceu em Bangu, bairro do Rio de Janeiro, em 26 de fevereiro de 1920. A família mudou-se em seguida para São Paulo, mas ele teve que deixar os pais ainda criança para viver com os tios em Natal, onde aprendeu a nadar no rio Potengi e se tornou um exímio nadador, ganhou vários campeonatos de natação. Nessa época, já gostava dos  romances  de  Graciliano Ramos ,  Paulo Setúbal  e  José Lins do Rego . Entrou na faculdade de medicina, ainda em Natal, mas abandonou o c

A ESCRITA E O ESCRITOR

Uma coisa é escrever, outra é ser escritor. A escrita pode ser apenas desabafo, passa tempo, uma forma de organizar a alma, as emoções... Neste sentido é usada, inclusive, como tratamento em algumas enfermidades. Pode ser que nesses momentos a pessoa produza coisas muito boas, curiosas, afinal, trata de sofrimentos que são comuns a muitas pessoas, e mesmo as que não têm os mesmos sofrimentos vão entender o que ela escrever.   É ainda um processo de autoconhecimento, porque à medida que você coloca suas emoções no papel, você estabelece um diálogo com você mesmo, e certamente a escrita vai lhe ajudar em questões importantes em sua vida, porque ao colocar para fora essas questões você vai poder olhar para elas com mais clareza. Enquanto a escrita está nesse patamar a pessoa é apenas um... um sofredor. Um diletante..., na maioria dos casos sequer tem vontade de apresentar o que escreveu para as outras pessoas. Porque lhe falta motivo, autoconfiança, e porque não escreveu pensando no

POR QUE O BRASIL DEU NO QUE DEU?

A Curvatura da Banana , o novo livro de Marcos Costa, é de leitura obrigatória para quem quer saber os porquês de nossos atrasos econômico, social e de cidadania. E porque não somos um povo, mas um ajuntamento que se digladia uns contra os outros e o governo contra todos, não apenas o governo Temer, mas todos que vieram antes dele, desde a colônia.

O QUE QUER A TURMA DA BALA NO CONGRESSO?

Um aperitivo do que poderá acontecer se o porte de arma for liberado. O conto faz parte de meu livro SUZANA EM COPACABANA.   ENCURRALADO Josué acordou naquela segunda-feira certo de que aquele seria o dia do encontro com seu inimigo. Acordou é força de expressão, porque não dormiu, passou a noite remoendo suas estratégias de defesa. Há muito sabia que este encontro era inevitável, por isso se preparou adquirindo inicialmente um trinta e oito, depois, um rifle e farta munição, tudo comprado no mercado negro. O dia havia chegado. Colocou sua roupa camuflada de combate na selva, comprada num camelô ao lado da Central do Brasil, uma boina do Che, coturnos, pegou as armas azeitadas nos últimos dias, verificou a munição, trouxe tudo para a sala. Virou o sofá e as poltronas de frente para a porta, apoiou o rifle ali em cima, protegeu a janela cerrando as cortinas, tirou do bolso uma caixinha de chicletes e ali ficou, mastigando chiclete, esperando o inimigo. De surpresa não iri

FERNANDA TORRES E SUA GLÓRIA

A estreia de Fernanda Torres na literatura foi uma das mais gratas novidades dos últimos anos, ela tem a capacidade de nos espantar com seus personagens cheios de vida, mas que seguem inexoravelmente para suas decadências de forma melancólica, trágica, como a dizer que a vida é um mar de rosas, mas por pouco, aproveite enquanto é tempo.

LITERATURA E SEXO

No meio da aula, enquanto uma aluna lia em voz alta o texto que ele havia mandado, Tácito correu a turma com os olhos distinguindo entre as garotas, aquelas com quem gostaria de fazer sexo. Aquela porque tem os olhos lindos, amendoados, outra porque tem pernas lindas, uma porque é sensual, aquela outra uma boca de matar... Assim ia fazendo sua seleção, mesmo que fosse mero exercício intelectual, distinguia, avaliava, escolhia, chegar junto era outro problema.  

O BICHO

Aos trinta e seis anos descobri que não era Shakespeare, nem Molière, nem Brecht. Estava reduzido ao cocô do cavalo do bandido. Tudo que eu tinha feito não valia nada. Ninguém queria saber de minhas peças, nenhum editor queria editar meus livros e acabava de ser demitido do emprego no banco por falta de decoro público, depois que baixei as calças e mostrei o pau para uma cliente.

“NÃO AMAR É SOFRER; AMAR É SOFRER MAIS!"

Um verso de Juca Mulato, do modernista Menotti del Picchia: "Não amar é sofrer, amar é sofrer mais!", foi lembrado pelas personagens de uma novela da Globo semana passada. As idas e vindas do amor apresentado na novela não é o cerne do poema citado, do amor impossível do mulato com a filha da patroa, mas se aplica ao caso.

O ESPELHO

Jacinto acordou aquela manhã como sempre, com o espírito inquieto, como sempre, se sentindo fora do mundo, como sempre, pelo menos, do mundo dos outros que o rodeavam. Mas eis a surpresa, ao se olhar no espelho, o espanto, o que virá em sua frente não era a imagem de todo dia. Isso sem mutilação física, sem mudança de sexo, sem nenhuma intervenção cirúrgica, simplesmente aconteceu.  

DONA MAROCA E O CELULAR

Dona Maroca chegou do banco onde foi buscar a aposentadoria, sentou-se ao sofá, ligou o celular e ficou na dela, fazia poucos dias que havia aprendido a mexer no aparelho, no Face, no zap, se enrolava, mas não desistia. Chegava a ter receio quando recebia notificações de acesso, como se fosse invasão de privacidade, sobretudo quando vinha de pessoas que ela não conhecia, havia anexado a sua página sem saber como. Achava um desrespeito quando alguém lhe cutucava, não havia dado aquela intimidade nem para o marido que morrera há mais de vinte anos, não sabia por que a pessoa se achava naquele direito, mas estava disposta a ser igual a todo mundo.

A CORRUPÇÃO DA INTELIGÊNCIA

Você pode não concordar com as posições políticas do autor Flávio Gordon, mas seu livro de estreia, “ A Corrupção da Inteligência”, pela Record, é para ser lido e discutido por todos que preservam sua liberdade intelectual, independente de sua forma de ver o mundo, independente de sua posição política, partidária. Livro instigante e urgente, especialmente para este momento onde tudo foi relativizado, dos costumes às relações de poder, das impressões pessoais às atividades sociais e políticas.

VERSOS ÍNTIMOS

Poesia, poesia, mais poesia para esses tempos tortuosos que vivemos. Se não temos armas para combater os criminosos, poesia. Se não conseguimos entender as decisões dos tribunais superiores: poesia. Se ficamos perplexos com o descaramento de um congresso que se vende, poesia. Vamos sufocá-los com a poesia verdade, sinceridade, compaixão. Nossa poesia será a flor na boca do canhão da corrupção e da impunidade.  Alguns não gostam de poesia, mas como ela nos falta nesses tempos bicudos de tanta traição, tanta delação premiada, tantas gravações clandestinas, quando velhos companheiros de corrupção se apressam para dizer o que fizeram pensando em se livrar da cadeia. Não foi por acaso que me lembrei de Versos Íntimos , de Augusto dos Anjos, quando vi o ex governador Sérgio Cabral caminhado à frente dos guardas usando seu novo figurino, calças Jeans e camiseta branca, quanta diferença. Versos Íntimos era obrigatório nos livros didáticos de décadas passadas, hoje parece que não

MINHA ALMA GÊMEA DOS OUTROS

O céu nem sempre está onde o colocamos e temos o péssimo hábito de, às vezes, ver anjos onde não há estrelas. Foi o que aconteceu com Luiza. Ela estava pronta para a paixão, mais do que isso, estava procurando há muito sua alma gêmea.