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Mostrando postagens com o rótulo Política e Sociedade

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SOBRE O ÓBVIO

É desolador ver pessoas à esquerda e à direita procurando justificativas para Putin fazer sua guerra insana, questões geopolíticas, quintal ideológico, principalmente reproduzindo as mentiras ditas pela besta humana. Putin é um ditador sanguinário que chegou ao poder pelo voto, sufocou a nascente democracia russa após a Glasnost e a Perestroika, do Gorbachov, assassinou seus opositores, e continua matando quem levanta a voz contra ele. Oprime seu povo e seus vizinhos. Este era o motivo para a Ucrânia querer distância da Rússia de Putin e se aproximar da OTAN. A guerra está mostrando que os ucranianos tinham razão. Putin só não contava com a resistência daquele povo, que está transformando a invasão em guerrilha urbana, onde Putin se atola cada dia mais à medida que os dias passam e ele não consegue subjugar o país.   Há nazistas na Ucrânia, do mesmo modo que há no Brasil, na Alemanha, nos EUA, e na própria Rússia, como nos outros países. Mas essa é a justificativa que o insano aleg

O MUNDO MUDOU

O mundo mudou e Putin não percebeu, nem seus apoiadores, admiradores, à esquerda e à direita, Xi Jinping, Maduro, Kim Jong-Un , Lukashenko , Bolsonaro, permanecem com a mentalidade de cinquenta anos atrás. A humanidade andou, mas esse povo ficou parado no tempo. Essa gente ainda não percebeu que não basta ter seis mil ogivas nucleares para invadir um país. As mentiras, as fakes news, não são frutos de nosso tempo, elas sempre existiram, só que agora ganharam com a internet uma proporção inusitada, pela facilidade de serem criadas e muito mais na possibilidade de serem propagadas, mas essa força avassaladora encontrou neste momento uma barreira de consciência global sem precedente. Não sei se o espanto com a Covid-19 nos ajudou nesse fenômeno, nessa união, mas a reação não só dos países, dos organismos de governo, mas das empresas e das pessoas, contra as mentiras da investida de Putin na Ucrânia, é sem precedente na história da humanidade, o que nos deixa esperançosos quanto a seu

A FACE DA BESTA HUMANA

    A besta humana deu enfim o ar de sua presença, ela que tem muitas faces vive sufocada pela dignidade e pelo bom senso. A invasão da Ucrânia pela Rússia de Vladimir Putin, não é somente um crime contra um país, uma nação independente, mas contra a humanidade. Alguém precisa mostrar os dentes para essa besta, mostrar que a humanidade não admite mais esse tipo de coisas, mesmo que saibamos que contar com a racionalidade e o bom senso da humanidade nem sempre é possível. Mas com todos os retrocessos, a humanidade tem caminhado, mesmo com dificuldade, para um lugar menos beligerante, onde as pessoas e os povos possam escolher livremente seus destinos. É nisso que acreditamos. Putin é um emissário da morte, é o "Dragão de sete cabeças", e os que concordam com ele também. Maduro, da Venezuela, e outros autocratas estão apoiando essa besta em seu ataque, porque é o mesmo que esses ditadores fazem com seus povos, oprimem dizendo que fazem em nome do povo, da paz, da segura

A PESTE DA PESTE

A leitura do romance A Peste , de Albert Camus, lançado em 1947, traz exemplos e ensinamentos significativos para nós. O livro é uma dessas obras que não envelhecem, nem saem de cena, e tornou-se mais urgente neste momento de pandemia que estamos vivendo, e não é por acaso.  A história começa numa manhã de abril dos anos de 1940, o doutor Bernard Rieux sai do seu consultório e tropeça num rato morto. Este é o primeiro sinal do que vem a ser a epidemia de peste que em breve tomará conta da cidade de Orã, na Argélia. Forçada a quarentena, a cidade se torna um território irrespirável e os seus habitantes passam a viver momentos de muito sofrimento e loucura, mas também de muita compaixão. Uma história arrebatadora sobre o horror, a sobrevivência e a resiliência do ser humano. A população reage, indo da apatia à ação, e alguns, como o protagonista, se expõem ao risco para enfrentar a disseminação da doença. Mas há os aproveitadores, como o personagem que lucra com um mercado paralelo d

A TERCEIRA ONDA

Os técnicos do SUS já comunicaram ao governo a iminência da terceira onda da COVID-19, mais letal e mais devastadora (tomara que não), mas o presidente veio ao Rio de Janeiro fazer comício no Aterro do Flamengo diante do Monumento dos Pracinhas e carreata, seguido por mais de mil policiais, segundo fontes do governo estadual, que era para fazer sua segurança, mas serviu mesmo para mostrar apoio, e engrossar a manifestação, que contou inclusive com Pazuello, o ex-ministro da saúde. Todos sem máscaras, o que facilita o trabalho da CPI quando pretende demonstrar que o general mentiu quando negou que não propagou o kit covid e o não uso de máscara. Não seria necessário porque os crimes de responsabilidade estão mais do que demonstrados durante todo esse tempo, mas o comício de hoje de manhã foi mais tétrico, porque desnecessário, campanha fora de época. Durante todo esse tempo de pandemia, já com quase 450 mil mortos e muito mais de sequelados, o presidente nunca visitou um hospital para

O FUTURO SE ENVERGONHARÁ DE NÓS

400! 400 mil vítimas fatais! Milhões com sequelas que precisarão de atendimento por meses e anos, comprometendo ainda mais a saúde publica. Famílias destruídas, órfãos de todas as idades, e uma tragédia ainda em desenvolvimento. Para os observadores os mortos passarão de 500 mil dentro dos próximos 30 dias, enquanto as vacinas não chegam no volume adequado para fazer frente a essa calamidade pública que estamos vivendo. Quando daqui a 30 ou 50 anos os brasileiros que no futuro viverem, olharem para trás, terão vergonha de nós, que vivemos nestes tempos terríveis, por termos deixado o país chegar a esta situação calamitosa. E não estou falando do coronavírus simplesmente, porque este vem desempenhando seu papel com talento, e oportunidade só verificada em países com comando irresponsável, incompetente, negacionista. Falo do que se transformou este “país do futuro”, da herança que deixamos como nação para as futuras gerações, que não seja escassez de oportunidade de vida, impostura g

UM GENERAL INCOMPETENTE E UM MÉDICO SUBSERVIENTE, OS MALES DO BRASIL SÃO!

A foice afiada da maior das indesejadas vem fazendo sua colheita diária com um sucesso espantoso, como jamais se viu. Estamos chegando às quatro mil almas perdidas diariamente para o vírus que tem mais amigos no Brasil do que se pensa. A começar pelo presidente, chefe do batalhão, no comando da insensatez. Tudo que podia ter sido feito no passado, e a tempo de nos livrar dessa tragédia, foi ignorado, e o que foi feito traz a marca da incompetência, da insensibilidade e da corrupção. O dinheiro gasto com os hospitais de campanha que não foram entregues, ou foram apenas em parte, com respiradores inadequados, máscaras superfaturadas, profissionais mal remunerados e insuficientes, tudo com o ágio da corrupção brasileira, tem sido a crônica diária dessa pandemia.       Querem os culpados? Aqui vão: o presidente dirige o manicômio; governadores e prefeitos corruptos contabilizam a propina, empresários organizam a festa, e a inconsciência coletiva, que não aceita mimimi , enfrenta de pei

RESPIRA, RESPIRA, AINDA DÁ PRA RESPIRAR!

O ambiente está tóxico, mas ainda dá para respirar. Ninguém vai se salvar sozinho, ou nos salvaremos coletivamente, ou o desastre será geral. Mesmo que você tivesse uma nave para lhe levar para outro planeta, você não teria condição de ir sozinho. Ninguém povoa uma ilha, ou um planeta, sozinho. A divisão social e a individualidade que experimentamos neste momento, exacerbadas pelo ambiente político e pela pandemia, revela-nos uma face truculenta, ignorante, mesquinha, individualista, corrupta e irresponsável, que coloca em risco não apenas nossa democracia, mas nossa sobrevivência como espécie, bem como o meio ambiente, a flora e a fauna. Isso é o que irá acontecer se deixarmos o ministro passar toda a boiada.   Todo ser humano com um mínimo de bom senso já compreendeu que a vacina é a única saída para vencermos o COVID-19 e seus desdobramentos. Pelo que preveem os estudiosos estamos às portas de um tsunami epidemiológico de proporções apocalípticas. Enquanto isso vemos o negacio

NOSSA TRAGÉDIA VAI ALÉM DE MANAUS

“Falta oxigênio no pulmão do mundo” é a frase feita que corre o país hoje,   parece ironia, mas não é. Manaus é exemplo para todo o país, cuide-se como puder porque não faltam armadilhas e responsáveis por essa tragédia anunciada. Não foi por falta de aviso, não foi por desconhecimento do problema. Cientistas e médicos comprometidos com a saúde e a vida vêm alertando desde sempre. O clima geral de irresponsabilidade política, falta de senso crítico, pouco caso com a vida dos outros, roubalheira do dinheiro público, estupidez e arrogância, se espalha por toda a sociedade, do presidente da república que todo momento procura se eximir de sua responsabilidade como se não fosse ele o mandatário da nação, que ainda incentiva a desobediência às prevenções, ao governador metido no descompasso da mal-versação do dinheiro público, passando pelas associações profissionais e patronais, aliados a políticos estúpidos que orquestraram a falácia da disputa entre a saúde e a economia, e fizeram o p

FINALMENTE O FIM DO ANO

Chegamos ao fim deste ano troncho, e se ainda não é o final, a vontade de sair dele é tanta que já dou como terminado. Vai sem saudade, sem riso e sem lágrimas, como devem ir todos que atrapalham a vida dos outros. Mas o culpado foi o Covid-19, pode lembrar você. Não importa, os dois estão  mancomunados . Prenderam-nos em casa, mas não tolheram nossa criatividade e nossa vontade de trabalhar.   Mesmo presos nesse isolamento conseguimos na Taba Cultural desenvolver o projeto Palavras do Caos , vitorioso pela participação dos autores e pelo alcance junto aos leitores. Os e-books Poesia na Pandemia e Em casa com tudo já tiveram milhares de visualizações nos dois blogs onde estão ancorados, e sucesso semelhante terá o livro físico ao se espalhar pelas mãos dos autores por todo o país. O livro ficará pronto dentro de poucos dias, e o lançamento, devido as circunstância, será online. Finalizamos o projeto Palavras do Caos com o lançamento, que compreendeu apenas dois e-books e o livr

UM DIA NO VELHO OESTE

No Velho Oeste ele nasceu. Não sei se se criou entre bravos, mas se fez xerife e como paladino da justiça, um dia achou que poderia livrar a cidade dos bandidos que a dominavam. Com a ajuda de outros jovens xerifes, não comprometidos com os descaminhos dos velhos homens da lei que sempre pactuaram com os velhos bandidos, criou uma força tarefa e foi atrás dos meliantes que sugavam as riquezas de todos. Não foi uma luta fácil, era um grupo pequeno contra não apenas uma, ou duas quadrilhas, como se verificou no curso da história, mas várias. Quanto mais eles descobriam e pegavam bandidos, mais eles apareciam. Bandidos pequenos, grandes, donos do pedaço. Não tivesse sido a tenacidade do grupo eles teriam sucumbido. Finalmente o povo achou que havia chegado a um Novo Oeste, que se não acabara com a bandidagem, pelo menos, dera cobro, que a partir dali os poderosos pensariam duas vezes antes de delinquir, graças ao grande xerife e sua turma. Tadinho daquele povo.       Pois q

QUATRO MESES

Depois de quatro meses sem sair de casa aproveitei o dia lindo que fez ontem para matar a saudade do Aterro do Flamengo. Eu e Carla (a única que tem saído regularmente para o supermercado) pegamos nossas máscaras e descemos a rua. O movimento estava praticamente normal com muita gente trabalhando e passeando, não fossem as máscaras não diríamos que estamos numa pandemia. Muita gente sem máscara, pelo menos, 40% do rebanho, que me deixou confuso sem saber se era resultado de uma estafa natural da quarentena, ou pura irresponsabilidade daqueles que mesmo diante dos mais de setenta mil óbitos do Covid-19, agem com inconsciência diante da tragédia, insensíveis a dor das famílias e a própria saúde. O dia estava lindo e a paisagem única do Aterro nos deixou felizes e cheios de planos para o futuro próximo, nos prometendo curtir mais esses momentos, viajar mais e abraçar as pessoas queridas. O mar calmo estava cheio de velas brancas dos pequenos barcos, do aeroporto Santos Dumont s

LIÇÕES DO CONFINAMENTO

Ainda em meio à pandemia que nos obriga a ficar presos em casa (nem todos), vendo o mundo através das janelas eletrônicas, da televisão, do computador e do celular, acompanhando os noticiários oficiais e as fofocas das redes sociais, que algumas vezes se confundem e nos deixam sem saber onde está a notícia e onde está a fofoca, vamos tirando conclusões sobre o que nos acontece, e como pensamos sobre o que virá depois desse confinamento. No primeiro momento nos regozijamos com a limpeza dos céus e das águas dos oceanos, vimos animais silvestres andando pelas ruas das cidades desertas, até mesmo feras do profundo das matas deram as caras com a saída dos humanos de circulação. Descobrimos o que já sabíamos, que menos gente e, principalmente, menos automóveis nas ruas, são melhores para o planeta. Mas tudo tem seu lado positivo e negativo. Ao lado da melhoria na poluição atmosférica, não na Amazônia brasileira naturalmente, onde a estupidez humana aumentou os desmatamentos e a

DEMOCRACIA À DERIVA

A globalização que leva os empregos para outros lugares, quando há, e o avanço das novas tecnologias, vão fazer cada vez mais as pessoas sentirem medo da vida, quando perceberem que o esforço que fizeram para conseguir um bom trabalho não será suficiente para terem as mesmas condições de vida que tiveram gerações passadas, de seus pais, de seus avós. As graduações, pós-graduações e doutorados, já não são suficientes para lhes oferecer melhores qualidades de vida, porque as oportunidades de trabalho, sobretudo agora no baque da economia global com a pandemia do Covid-19, vai levar essa situação a momentos dramáticos, especialmente para nós que já vínhamos com a economia em frangalhos. São nesses momentos de escassez, de incertezas diante do futuro, que aparecem os salvadores da pátria, políticos populistas com propostas de soluções simples para questões complexas. Acusam os outros competidores nas eleições de corruptos, e quase sempre estão certos, mas acusam os outros do que

SÓ AS RUAS NOS SALVARÃO!

As manifestações do domingo passado pela democracia são o prenúncio de uma reviravolta concreta contra os arroubos autoritários do presidente. Mesmo para a população que vê em membros do STF o que deve ser mudado no país, por ações inexplicáveis diante da corrupção e desmandos no andar de cima, mesmo aí, vê-se que os ataques apoiados pelo presidente contra o Supremo são ensaios de um populista que visa subverter nossa democracia numa aventura a lá Hugo Chaves, na Venezuela, Viktor Orbán, na Hungria, ou Vladimir Putin, na Rússia, mesmo que seu espelho seja Donald Trump, outro candidato a ditador. As democracias, no Brasil e nos Estados Unidos, estão ameaçadas caso esses presidentes sejam reeleitos. Aí sim, correremos sérios riscos de ver suprimida a democracia liberal em nossos países. Mais fácil de acabar aqui do que lá, onde há a crença arraigada na independência dos poderes e das instituições. Nossa jovem democracia vive combalida diante dos escândalos de corrupção e desmandos q

NOSSA CASA

Antes a Terra inteira era nossa casa, desfrutávamos dela como iguais entre as coisas e os outros animais. Tratávamos tudo e todos como iguais, mesmo que fôssemos obrigados a comer alguns para sobreviver, mas também fazíamos parte da cadeia alimentar, fazia parte do jogo.  Certamente que não era fácil, mas sabíamos nosso lugar, caçávamos o que podíamos e corríamos para não sermos caçados. Vivíamos na maior adrenalina, e pensávamos como os frequentadores dos Alcoólicos Anônimos, "mais um dia!" Ganhando cada dia como se fosse o último. Se trovejava corríamos para a toca tremendo de medo, sem saber o que fazer. E quando o dia era lindo, também não podíamos dar bobeira, precisávamos correr literalmente atrás de nosso almoço. Mas o planeta era nossa casa.  Conversávamos com uma montanha como se fosse um parente próximo, entendíamos seu bom, ou seu mau humor, como ela entendia o nosso. Assim fazíamos com as árvores, os rios, as ondas do mar, com as nuvens, conhecíamos ao

UM PAÍS PARA NÃO DAR CERTO

Nenhuma nação vive a tragédia dessa pandemia como a nossa. Como se não bastassem as mais de 20 mil mortes já computadas, e um prognóstico de ultrapassarmos esse número duas, três, quatro vezes, muitas delas poderiam ser evitadas se nossos representantes não tivessem preocupados apenas com seus desmandos. Não usassem a pandemia para continuar roubando o povo com hospitais de campanha superfaturados, equipamentos comprados e não entregues, apesar do absurdo dos preços contratados, ou, quando não, inadequados para o combate ao vírus, que nem salvam vidas e expõem o pessoal da saúde ao contágio. O governador do Rio de Janeiro não entregou os hospitais que prometeu, nem na quantidade, nem com os equipamentos e pessoal que deveria, mas tem autorizado sua polícia a entrar nos bairros populares atirando e ceifando a vida de inocentes. Ao mesmo tempo a justiça libera bandidos perigosos da cadeia com a desculpa do contágio. Tudo isso enquanto vemos carreatas de tresloucados pedindo a aber

ENTRE O BOM SENSO E A LOUCURA

Como combate a pandemia que nos aflige temos visto o embate entre os que defendem o isolamento horizontal, com todos presos em casa, e o vertical, quando ficariam presos somente os idosos e os fragilizados por alguma doença. Os que defendem a segunda opção dizem que não se deve prejudicar a economia por sete mil mortos, número que consideram que perderemos caso afrouxemos a quarentena. Será que eles se incluem, e seus familiares, entre os mortos, ou só pensam nos mortos sendo de outras famílias, de preferência longe? Acho que acreditam na segunda opção, e são burros por isso, certamente não leem os jornais, nem veem o que passam na televisão. Os números apontados pelos órgãos que estudam essa pandemia de forma séria e criteriosa são estarrecedores. Vão dos poucos milhares a mais do milhão, caso não seja feito o isolamento adequado das pessoas. Não haverá economia, nem sistema de saúde, que aguente isso sem se arrebentar. Mas tem uma coisa mais grave, se pessoas aparecerem mo

DEMOCRACIA AMEAÇADA

Desde a redemocratização após o período militar, nossa frágil democracia nunca esteve tão ameaçada como agora. Está sendo corroída por dentro como vítima de um câncer cuja metástase se espalha por todas as instituições que deveriam protegê-la. Do Congresso Nacional ao Supremo Tribunal Federal, passando pelo Palácio do Planalto, as forças do obscurantismo, da corrupção e do crime organizado, que parece mais unido e mais organizado que antes, avançam sobre a civilidade, os direitos fundamentais, a organização social, e a democracia propriamente dita.   O surto de civilidade que a Lava Jato trouxe na forma da lei, que pela primeira vez na história da nação levou para a cadeia os poderosos do colarinho branco, se vê ameaçada pelo projeto anticrime aprovado no Congresso, que restringe a ação de juízes, promotores públicos e polícias, na defesa da lei. Nossas autoridades fazem essas coisas pensando em suas próprias defesas, como salvaguardas contra acusações e possíveis condenações

A BOLSA DE VALORES E A NOSSA POBREZA

Vi nas redes sociais pessoas falando com ironia dos que começam a se interessar pela Bolsa de Valores, como se isso fosse uma aberração por não serem ricos. Demonstram essas pessoas que não sabem como as Bolsas funcionam, nem porque elas existem. Quando alguém de classe média aplica na Bolsa, além de estar projetando uma aposentadoria mais confortável, está injetando seu dinheiro numa empresa que irá com seu crescimento dar mais emprego, gerir mais recursos na economia real, pagando mais impostos. Na verdade a economia real e a Bolsa de Valores são coisas distintas, mas uma reflete a outra. Vejam então. Nos Estados Unidos, meca do capitalismo, cerca de 65%* da população aplica nas Bolsas direta, ou indiretamente através dos fundos de investimento. Numa população em torno de 320 milhões de pessoas quer dizer que mais de 160* milhões aplicam suas economias nas Bolsas. São 160 milhões de pessoas colocando suas economias em empresas que dão trabalho para quem precisa. Mesmo nos Esta