Essa
é a pergunta que faz parte expressiva do nosso povo diante do quadro de
angústia em que se vê metido. Se você não faz parte da minoria que se agarra ao
projeto falido, incompetente e corrupto que há pouco saiu do poder, nem está do
outro lado na minoria que sonha com o autoritarismo que vivemos no passado, você
está no mar dos angustiados: desemprego, violência urbana, corrupção política,
recessão.
Se você perdeu o emprego nessa quadra
difícil que nos oprime, ou é funcionário público, mas não tem visto seu salário
cair na conta no fim do mês, você não é só um angustiado, você está no fundo do
poço. Mas não baixe a cabeça, não se deixe prostrar, nem fique tentando aos
pulos sair do poço. Lembre-se do conselho de que não devemos nos aproximar
muito de quem está se afogando, que podemos afundar juntos, portanto, não
demonstre que está acabado. Você deve sentar no fundo do poço e levantar a
cabeça, essa será a atitude correta, proativa, como aconselham os melhores
manuais de autoajuda. Ponha diante de você todas as possibilidades de saída,
não dispense nenhuma, por mais que ache inferior a sua situação passada, ou a
sua capacidade de trabalho. Não desperdice a corda que irá descer pelo poço
para lhe resgatar. Pegue a cordinha que descer por mais frágil que seja, faça
sem preconceito, será ela que tirará você do poço, se agarre a ela, não espere
por uma melhor, fora do poço você poderá fazer isso. Antes de tudo não se
desespere. Comigo quando a coisa fica ruim, eu dou uma festa. Pode não resolver
a situação, mas deixa a gente muito melhor, com muito mais força para enfrentar
o problema.
Se você ainda tem seu
empreguinho, mas não tem certeza se o terá daqui a trinta ou sessenta dias,
você também não deve se desesperar, faça o seguinte exercício, sente como se já
estivesse no fundo do poço como os de cima, e coloque a sua frente às possíveis
opções de saída, isso irá aliviar bastante a sua angústia, porque você estará
se adiantando ao problema, mesmo que ele nunca venha a acontecer, e se
acontecer, você sai na vantagem.
As saídas nem sempre são
previsíveis, requerem exercício de prospecção.
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