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Mostrando postagens com o rótulo Teatro e Música

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PORQUE ‘A CARTOMANTE’?

Sempre que o país e a cultura estão em crise recorremos aos clássicos procurando respostas, essa é uma atitude clássica. E o momento que atravessamos não podia ser mais dramático. Estamos no meio de uma crise política, social e econômica, proveniente não apenas das atitudes do governo anterior, mas agravada por ele no bojo da econômica que já vinha e que foi catapultada pela pandemia do Covid-19. Foi no meio dessa que resolvi reler Machado de Assis, a princípio apenas pelo prazer da leitura, e vi que estava tudo lá. Poucos  compreenderam nossa sociedade como ele. Nossas mazelas estão todas lá, em almas distorcidas pela pobreza de espírito, pelo preconceito, discriminação social, patrimonialismo, baixa política... Almas destroçadas pelo ciúme, inveja, avareza, loucura, que procuram salvação ou sentido para a vida. Como gente de teatro eu não teria outra escolha senão trazer para a cena essas questões, para que revelando possa nos ajudar a entender nossas almas, e a minorar essas sit

MACHADIANAS CÊNICAS

Faz décadas que fiz o último trabalho com essa turma, há um ano voltamos a nos encontrar e surgiu a ideia de algum trabalho. Não deu outra, surgiu uma web série de mini capítulos que logo será lançada, assim como o projeto Machadianas Cênicas , com o objetivo de levar para cena a obra não dramática de Machado de Assis. Começamos com o conto A Cartomante , depois virão A Igreja do Diabo, Adão e Eva, Na Arca e, por fim, vamos encarar o romance Memórias Póstumas de Brás Cubas . Vai duvidar? É projeto para ficarmos um bom tempo juntos. Porque, na verdade, o que a gente deseja é isso. Li recentemente que a longevidade será maior para quem tiver amigos, abraços e alegrias. Pois o que não falta nessa turma são amizade e alegria. Têm umas picuinhas também, briguinhas à toa, mas ninguém leva a sério, quando alguém se enfeza a gente ri na cara e termina tudo. Coisas que acontecem entre irmãos, e nessa turma são muitos espalhados por aí. Conseguimos juntar esses, com amigos de outras jornada

O FUTURO SE ENVERGONHARÁ DE NÓS

400! 400 mil vítimas fatais! Milhões com sequelas que precisarão de atendimento por meses e anos, comprometendo ainda mais a saúde publica. Famílias destruídas, órfãos de todas as idades, e uma tragédia ainda em desenvolvimento. Para os observadores os mortos passarão de 500 mil dentro dos próximos 30 dias, enquanto as vacinas não chegam no volume adequado para fazer frente a essa calamidade pública que estamos vivendo. Quando daqui a 30 ou 50 anos os brasileiros que no futuro viverem, olharem para trás, terão vergonha de nós, que vivemos nestes tempos terríveis, por termos deixado o país chegar a esta situação calamitosa. E não estou falando do coronavírus simplesmente, porque este vem desempenhando seu papel com talento, e oportunidade só verificada em países com comando irresponsável, incompetente, negacionista. Falo do que se transformou este “país do futuro”, da herança que deixamos como nação para as futuras gerações, que não seja escassez de oportunidade de vida, impostura g

38 ANOS HOJE!

Há 38 anos, exatamente em 31 de março de 1983, estreamos no SESC da Tijuca, no Rio de Janeiro, a montagem original de O HOMEM DE NAZARÉ – A Via Sacra de Hoje, com mais de 80 integrantes no elenco, participantes de sete Grupos de Teatro do SESC, e uma equipe técnica e de apoio de cerca de 40 pessoas.   Havia escrito o texto em 1982 achando que iriamos fazer um ou dois anos com nosso grupo da Tijuca e eu já estaria muito feliz. Ocorre que levei a proposta para a reunião de técnicos que ocorreu em novembro daquele ano, e nossa proposta virou a proposta de todos os grupos para o ano seguinte. No Rio fizemos uma produção conjunta e direção coletiva envolvendo grupos de sete unidades do SESC: Tijuca, Ramos, Niterói, Copacabana, Madureira, São João de Meriti e Engenho de Dentro, e foram feitas montagens locais em Friburgo e Três Rios. Fizemos um lindo espetáculo na Tijuca, usando os jardins do Centro de Atividades como cenário natural e apenas dois palcos na parte de cima, o das cruzes

PIAF & BRECHT, QUERO AINDA

Quando escrevo sobre teatro não é porque sou crítico, antes tenho o hábito de tecer somente sobre o que gostei, porque deixo aos críticos a tarefa que lhes cabe. Mas sábado fui ao Teatro Prudential, antigo Adolfo Bloch, assistir “Piaf & Brecht, a vida em vermelho”, com Letícia Sabatella e Fernando Alves Pinto. A junção que pelo inusitado nos traz grandes expectativas, o encontro entre a razão e a emoção, mas o espetáculo entrega menos do que promete. Ele propõe uma brincadeira que a plateia não entende e se entende não embarca. O texto diz que se trata de um ensaio e propõe um concurso para um futuro espetáculo, como uma disputa num programa de auditório. A plateia deverá decidir depois de ouvir as histórias e as canções de Edith Piaf e Bertolt Brecht, qual delas deverá ser encenada, como se a plateia não conhecesse, ou tivesse dúvidas sobre a criação dos dois artistas. A partir dessa proposta começam os equívocos, porque a direção em vez de aliviar, exacerba os defeitos

QUEM FOI MELHOR QUE ANTUNES FILHO?

Antunes Filho encantou-se, porque pessoas como ele não morrem. Foi para o mundo dos gênios, dos monstros sagrados e das fadas. O olimpo dos que não vieram ao mundo a passeio. Sempre foi um grande diretor, mas depois de Macunaíma elevou seu nome e o Teatro Brasileiro a um patamar até então não alcançado. Assisti ao espetáculo três vezes, duas aqui no Rio de Janeiro e uma em João Pessoa, tive a sorte de estar na Paraíba de férias quando a peça passou por lá.  Após cada sessão sempre me perguntei: como é que ele chegou a essas soluções. Como é que a partir de um palco nu, isto é, limpo de objetos, ele consegue em tão pouco tempo enchê-lo e transformá-lo diante de nossos olhos como um mágico que tira o coelho da cartola sem deixar rastros. Foram momentos de encanto total. Primeiro, o palco ganhou todas as dimensões possíveis, aquilo que costumávamos ver no chão, com ele podia acontecer em qualquer dimensão   do palco italiano. Porque quebrar a quarta parede para descobrir o

ANTÔNIO BARROS E CECÉU

Você conhece a música "Homem com H", especialmente na voz de Ney Matogrosso? E "Bate Coração", pela Elba Ramalho? "Procurando tu", pelo Trio Nordestino?, “Forró número 1”, por Luiz Gonzaga e Gal Costa? "Estrela de Ouro”, "É proibido cochilar", “Brincadeira na fogueira”, “É madrugada”, “Forró do Poeirão”, “Naquele São João”, “Vamos pra ver”, “Forró do Xenhenhém”, “Por debaixo dos panos”, “Não lhe solto mais”, “Eu sou o estopim” etc etc?  Pois todos esses e mais aproximadamente 150 outros grandes sucessos fazem parte das mais de 700 músicas compostas por Antônio Barros inicialmente, depois em dupla com Cecéu, gravadas por dezenas de cantores e grupos de sucesso. Além dos já citados aparecem Jacson do Pandeiro, Fagner, Gilberto Gil, Marinês, Três do Nordeste, Forró Sacana, entre outros. As regravações já são mais de mil e eles continuam aí. Esse preâmbulo é só para informar que no próximo ano, em 11 de marco, o Antônio Barros, um

SUCESSO NO POMPEIA

Como aconteceu em todas as cidades por onde passou a temporada de Grande Sertão: Veredas em São Paulo, no SESC Pompeia, segue com grande sucesso.  

JAGUNÇOS NO SESC POMPEIA

(do portal do SESC Pompeia) “Após um ano de apresentações em onze cidades brasileiras, tendo recebido mais de 30 mil pessoas, o espetáculo-instalação  Grande Sertão: Veredas,  volta a São Paulo, onde estreou em setembro de 2017.  A diretora Bia Lessa convida a plateia a um mergulho na epopeia narrada pelo jagunço Riobaldo (Caio Blat), que atravessa o sertão para combater seu maior inimigo, Hermógenes (José Maria Rodrigues), faz um pacto com o diabo e descobre seu amor por Diadorim (Luiza Lemmertz). Tratam-se de uma instalação, visitada e experimentada pelo público diariamente na Área de Convivência no Sesc Pompeia, e o espetáculo, encenado numa grande gaiola de andaimes. São 2 horas e 20 minutos de encenação dentro dessa estrutura, com o elenco em cena permanentemente, em que o público experimenta a dissolução das fronteiras entre início e fim do espetáculo; entre teatro, cinema e artes plásticas; entre literatura e encenação. Compõem o elenco Caio Blat, Luiza Lemmertz

O LEGADO DE JOÃO DAS NEVES

Sexta-feira passada, dia 24, faleceu João das Neves, aos 84 anos, em Belo Horizonte onde morava. Um dos mais importantes realizadores do teatro brasileiro, cofundador do emblemático Grupo Opinião, ao lado de Ferreira Gullar, Vianinha, Paulo Pontes e outros nomes fundamentais do teatro brasileiro, núcleo de resistência cultural à ditadura militar a partir dos nos anos 60, que influenciou o teatro e a música no período.   Seu legado para as artes brasileiras, nos mais de 60 anos de atuação na cena teatral como dramaturgo, diretor, ator e escritor é enorme. Recebeu importantes prêmios de reconhecimento como a 29ª Medalha Chico Mendes de Resistência, em 2017, e homenagens na Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte, em 2015, e o Itaú Cultural, em São Paulo, no mesmo ano, além dos diversos prêmios com que foi contemplado, como o Molière (vários), Bienal Internacional de São Paulo, APCA, Golfinho de Ouro e Quadrienal de Praga. João das Neves manteve-se em ativi

GRANDE SERTÃO: VEREDAS EM FORTALEZA

No próximo fim de semana o belo Teatro José de Alencar receberá nosso espetáculo Grande Sertão: Veredas , versão teatral de Bia Lessa do romance de João Guimarães Rosa . Devíamos ter iniciado nossa turnê nacional na última semana de maio exatamente por Fortaleza, mas a paralisação  dos caminhoneiros atrasou o início da excursão por cerca de trinta dias e mexeu na programação das cidades, por isso só agora chegaremos ao Ceará. A novidade é que faremos uma sessão a mais. Os amigos de Fortaleza podem contar não só com uma nova sessão, mas com a certeza que verão um belo espetáculo. Sucesso em todas as cidades por onde passou. Testemunhas são os públicos de B. Horizonte, Recife, Salvador e Brasília, estas cidades nos deram um público extraordinário, em torno de 20 mil espectadores que nos aplaudiu eufórico. O carinho que temos recebido não tem preço, é nossa carta de apresentação. Assim como fizemos nessas cidades, faremos igual para que o público de Fortaleza nos dê, da

MEU PERSONAL TRAINER

Personagem: Medeiro Vaz Foto de Lorena Zschaber De repente me vi obrigado por necessidade profissional a ter um corpo ágil e forte. Precisava enfrentar como ator a maratona que é o espetáculo Grande Sertão: Veredas . Convoquei meu filho Henrique e em poucos meses me vejo seguro para enfrentar os ensaios e apresentações do visceral espetáculo. O resultado disso foi que... - Aumentei minha força. - Aumentei minha massa muscular . - Melhorei minhas condições cardiorrespiratórias. - Tenho mais disposição. - Melhorei minha flexibilidade. Treinador Henrique Monteiro - Reorientei minha dieta, porque não adianta você se esforçar tanto fisicamente, se não compensar o desgaste de suas energias com uma dieta que mantenha as necessidades de seu novo corpo, novo corpo sim, mesmo que isso não fique claro para quem veja. Aprendi até a ingerir whey. Agora não para mais.

GRANDE SERTÃO EM BELO HORIZONTE

  “Contar é muito, muito dificultoso” “Carece de ter coragem...” Belo Horizonte recebe a instalação/espetáculo Grande Sertão: Veredas , em três únicas apresentações. Transpor para o palco a maior obra literária brasileira do século XX foi missão da diretora teatral Bia Lessa ao decidir coisificar os universos contidos em Grande Sertão: Veredas , de João Guimarães Rosa, e as inúmeras possibilidades de análise do romance. A resposta será apresentada ao público mineiro, dias 22 e 23 de junho, no Palácio das Artes. O espetáculo, vencedor do Prêmio APCA 2017 na categoria Melhor Direção (Bia Lessa), do Prêmio Shell nas categorias Melhor Direção (Bia Lessa) e Melhor Ator (Caio Blat) e do Prêmio Bravo! 2018 na categoria Melhor Espetáculo de teatro, chegará a Belo Horizonte após temporadas de casas lotadas. No elenco estão Caio Blat, Luíza Lemmertz, Luísa Arraes, Leonardo Miggiorin, José Maria Rodrigues, Balbino de Paula, Daniel Passi, Elias de Castro, Lucas Oranmian e Clara Less

30 ANOS DEPOIS

Trinta anos depois volto a trabalhar com Bia Lessa, desta vez na sua visceral adaptação do épico de Guimarães Rosa, Grande Sertão Veredas .

QUANTOS SERTÕES NOS HABITAM?

Seria pouco dizer que o melhor espetáculo em cartaz no Rio de Janeiro é o Grande Sertão Veredas , versão de Bia Lessa para o monumental romance de Guimarães Rosa, instalado no foyer do Centro Cultural Banco do Brasil, espetáculo-instalacão como define a encenadora.  

O BOCA SERÁ SEMPRE DE OURO

Geralmente quando assisto a algum espetáculo contemporâneo, experimental, penso, contemporânea e experimental é Nelson Rodrigues. A montagem atual de Boca de Ouro, no SESC Ginástico, nos assegura, mais uma vez, que o Nelson será sempre contemporânea e experimental.

CIL CORRÊA E 78 O MUSICAL

Uma grande alegria eu tive essa semana, fazia tempo que não via minha amiga Cil Corrêa, fui vê-la no espetáculo ‘ 78 musical’ e depois saímos para matar a saudade e colocar o papo em dia. Cil e Paulo Carvalho, seu marido, de saudosa memória, foram responsáveis por minha ida para Macaé nos anos 90, para fazer O Homem de Nazaré, a Via Sacra de Hoje , trabalho que fez história na cidade. Fiz por oito anos, primeiro com eles e depois com Ricardo Meirelles, mas Cil foi a Maria que sempre pensei para  o espetáculo, no tom e na entrega que emocionava a todos, até eu que vinha de tantos carnavais sempre me emocionava. Nossa história vem de antes, desde Exercício no 1 , de Bia Lessa, que nos levou a Espanha, e depois nós esticamos até Paris por dez dias, que ninguém é de ferro, mas isso é outra história. A alegria do momento foi vê-la fazendo ‘ 78 musical’ que fica em cartaz ainda nesse próximo fim de semana no Teatro João Caetano, na Praça Tiradentes. Uma produção da cidade de

JORNALISMO E TEATRO A SERVIÇO DO BRASIL

A notícia da morte do jornalista Pedro Porfírio, me fez fazer uma viagem ao tempo que convivi com ele diariamente na Rua Lauro Muller.  Fui assistente de direção do Luiz Mendonça no infantil “Faça do Coelho, o Rei”, de sua autoria, depois fiquei sendo uma espécie de secretário, ajudando-o na produção da assessoria de imprensa que fazia para as companhias teatrais. Depois, quando ele foi diretor da Central Bloch de Fotonovelas, me levou para lá, onde escrevi cerca de sessenta argumentos e roteiros.

ESSA GENTE QUE GOSTA DE RIR, OUTRA VEZ

Aconteceu nesse sábado o encontro do pessoal do ex-Grupo de Teatro Sesc Tijuca, ao contrário das outras, dessa vez fechamos uma casa para nós. Outra novidade foi o depoimento em vídeo de amigos espalhados pelo Brasil e pelo mundo, da Paraíba Sheila Martins, do Paraná Rodolfo e Dego, de Londres Tetê Andrade, da Espanha Rosana Barra, de Rio Claro Ivan e Daliê e Alex Falcão da Noruega, participaram da confraternização que vem crescendo a cada encontro, mesmo que virtualmente.

UMA GENTE QUE GOSTA DE RIR

Há dezessete anos acabou o trabalho de grupo de teatro que fizemos no SESC da Tijuca por mais de vinte anos, depois como era funcionário continuei fazendo programação porque o SESC acabou com todos os trabalhos de grupo. Passaram pelo trabalho que fazíamos eu e a Assistente Social Thereza Maria, cerca de 1500 jovens e adultos, desses, um número menor constituía o Grupo de Teatro SESC Tijuca , em suas diversas formações​. Ali convivemos com alegria, trocando