Há dezessete anos acabou o trabalho de grupo de teatro que
fizemos no SESC da Tijuca por mais de vinte anos, depois como era funcionário continuei
fazendo programação porque o SESC acabou com todos os trabalhos de grupo. Passaram
pelo trabalho que fazíamos eu e a Assistente Social Thereza Maria, cerca de
1500 jovens e adultos, desses, um número menor constituía o Grupo de Teatro SESC Tijuca, em suas
diversas formações. Ali convivemos com alegria, trocando
experiências, visões
de mundo, numa aprendizagem recíproca porque se nós tínhamos o que oferecer,
também recebíamos muito, mas certamente, o que oferecemos de mais importante, foi
permitir que todos pudessem se expor com sinceridade e paixão, trabalhando conflitos
(e não foram poucos) e as diferenças, oferendo um espaço onde tudo acontecia e
se resolvia de forma democrática, em benefício da convivência e do teatro.
Fico feliz por saber que independente do futuro que cada um
trilhou depois, no teatro, na televisão, na vida, porque a maioria se firmou fora
da arte, ficaram daqueles momentos, instantes indeléveis de alegria e
camaradagem, marcantes em minha vida e certamente na deles também.
Depois que o trabalho terminou ficamos mais de dez anos sem
nos encontrar, em seguida, por iniciativa da Ana Débora, foi feito o primeiro
encontro, desde então, temos nos encontrado, pelo menos, uma vez por ano. Sábado
passado mais uma vez, num tradicional restaurante da Tijuca, um percentual
pequeno daquele contingente se encontrou para renovar o carinho e a amizade que
parecia lá atrás nem era tanto assim, mas que o tempo tem demonstrado o
contrário.
Nos encontros, uns mais e outros menos concorridos, mas todos
indistintamente animados, a gente fala das novidades, mas, principalmente,
rimos muito com as histórias passadas, com novas também, e não importa o
tamanho do grupo, temos sempre a certeza de boas gargalhadas como neste sábado.
Repetimos as velhas histórias, às vezes, de forma diferente falando das mesmas
situações e das mesmas pessoas, mas isso não tem importância, porque estarmos
juntos é que é o grande barato.
Lembro do Leandro Karnal citando Etienne de La Boétie,
quando diz que os
bandidos e os políticos não tem amigos, tem cúmplices, que só pessoas éticas
tem amigos, por isso é mais jogo ser honesto. Pois está ali um bando de gente
honesta que gosta de rir, de se encontrar, de ser feliz juntos. Um bando de
gente que sacrifica o conforto do sofá numa noite fria, numa cidade violenta
como está o Rio de Janeiro, para celebrar a amizade. Sei que em muitos outros
lugares acontece o mesmo, é o que nos salva desse país que não queremos, por
isso acredito que vamos sair dessa situação que atravessamos mais cedo do que
pensamos.
...porque estarmos juntos é que é o grande barato...😉
ResponderExcluirÉ isso. Obg pela participação, mas não lhe identifiquei. Volte sempre.
ExcluirSou eu, Zé, Ana Debora. Não sei o que houve pra não aparecer.
ExcluirOi, Ana, bom encontrá-la por aqui, com esse apilídio não iria indentificar nunca. Bjs!
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