“Não há mal que nunca se acabe, nem bem que dure para sempre”,
diz o velho ditado. Fico pensando em que parte desta frase, que de tão
verdadeira dura para sempre, nos encontramos, nós brasileiros, nessa quadra da
vida nacional de tantos tributos e atribulações. Estamos na parte do bem que
não dura para sempre, ou na do mal que se acaba? Porque, tem hora que ficamos
felizes com o desnudamento da demagogia, da corrupção, da hipocrisia política,
pra depois ficarmos acabrunhados com as
movimentações dos envolvidos nessas coisas, acusados ou prestes a ser acusados pela justiça. Eles vão se juntando, tramando, arquitetando, como num tabuleiro de xadrez, a diferença é que vemos e conhecemos todos os truques, todos os movimentos, e perplexos percebemos tudo acontecer dentro da lei, isto é, com a lei do lado deles, protegendo-os, mostrando que entre nós a justiça é cega, surda e muda, ou só fala para proteger os poderosos, claro que estou generalizando, existem os Moros da vida.
movimentações dos envolvidos nessas coisas, acusados ou prestes a ser acusados pela justiça. Eles vão se juntando, tramando, arquitetando, como num tabuleiro de xadrez, a diferença é que vemos e conhecemos todos os truques, todos os movimentos, e perplexos percebemos tudo acontecer dentro da lei, isto é, com a lei do lado deles, protegendo-os, mostrando que entre nós a justiça é cega, surda e muda, ou só fala para proteger os poderosos, claro que estou generalizando, existem os Moros da vida.
Sempre foi assim, dizem os cansados, os pessimistas, os
iludidos e os coniventes, para nos amofinar. Mas será que depois de tanto
tempo, 500 anos desde o descobrimento, vamos deixar que tudo continue como sempre?
Nossa história tem sido um desenrolar de falcatruas,
mentiras, que seguem para o esquecimento, à medida que novos escândalos vão
surgindo com outros, e até com os mesmos personagens. As construtoras pagadoras
de propinas estiveram na construção da primeira capital, não estou falando de
Brasília, mas de Salvador, na Bahia, por volta de 1540, como lembra Peninha, o
historiador. Ali os mandatários enviados de Lisboa por D. João III para
construírem a capital da colônia que nascia, juntaram cinco ou seis
construtoras e acertaram os serviços e os preços superfaturados entre elas.
Como sempre acontece nesses casos, as obras atrasaram, algumas não foram entregues
e outras vieram a baixo pouco tempo depois de prontas. Tudo o que temos visto, sem tirar nem por, para
que acreditemos que o mal aqui começou pelo principio e continuará eternamente,
como parte de todas as cores políticas e todos os matizes ideológicos.
Os governos burgueses e de direita, como querem alguns, e os
de esquerda também, comem na mesma cumbuca, inclusive, em sociedade. Não estou
dizendo isso para que reneguem os políticos, nem os partidos, longe disso, ruim com eles, pior sem eles, diz o ditado.
Onde não há política, há ditadura.
Mas se você quiser viver num país onde a mentira, a demagogia
e a corrupção, nas proporções que vemos, sejam coisas do passado, esqueça as
lutas ideológicas, as cores políticas. Confie, desconfiando. Não importa quem
chegue ao poder, os políticos são mandatários da nação, não é isso? Exija respeito,
educação de qualidade e justiça para todos. Só educando as pessoas
verdadeiramente, não com ideologias, porque “um homem dominado por uma ideologia é um escravo”, como disse Krishnamurti, vê a realidade através de
um filtro. Só com boa educação e condenando de verdade os bandidos,
especialmente os de colarinho branco, é que poderemos em uma, ou duas gerações,
colocarmos este país nos trilhos.
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