Você tem um inimigo oculto, pode não perceber, mas
tem. Todos nós temos. Ele é responsável por muitos dos seus dissabores, ele vem
lhe boicotando pela vida afora, tirando sua iniciativa, determinando muitas das
suas formas de agir.
Seu inimigo se apresenta quando você sabe que
precisa fazer uma coisa de um modo e em seu ouvido ele começa a lhe propor o
contrário. Quando você sai de casa para comprar um objeto de uma marca e sai da
loja com outro que vai lhe aborrecer. Quando você está determinado a ir por um
caminho e ele lhe aconselha a tomar outro rumo. A escolha de um caminho pode
determinar toda a sua vida, por isso é preciso ficar atento às coisas que seu
inimigo oculto lhe indica, para corrigir o rumo, ou voltar para o começo, se
for o caso, e começar de novo.
Seu inimigo, às vezes, lhe inferniza e lhe põe em
maus lençóis, quando lhe aconselha a partir para a briga, quando poderia
relevar a contrariedade que o outro lhe faz. Que lhe leva a amargura, quando
poderia lhe aliviar o coração. Que lhe leva ao ódio, quando poderia lhe
aconselhar o perdão. Que lhe faz gritar com o outro, quando deveria lhe fazer
ouvir. Quando lhe faz “odiar o que deveria ser amado e a amar o que deveria ser
odiado”.
Todos nós em algum momento já pensamos que
poderíamos estar vivendo uma vida melhor se tivéssemos tomado esse, ou aquele
caminho, que poderíamos ter feito melhores escolhas, casado com outra pessoa,
feito outra faculdade, viajado mais, que tudo seria diferente se tivéssemos
levantado mais cedo, ou trabalhado até mais tarde, enfim, toda “A vida que
podia ter sido e que não foi”, como em Pneumotórax, de Manuel Bandeira:
“Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
- Diga trinta e três.
- Trinta e três... trinta e três... trinta e três...
- Respire.
- O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
- Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
- Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.”
Mas, se não temos um tango argentino, que faremos?
É aí que o Guerreiro da Luz se apresenta para lhe livrar de seu inimigo, como
lembra Paulo Coelho, para enfrentá-lo, com todas as forças de sua mente e de
seu coração, consciente de que não importa que dúvida tenha sobre sua vida, ela
é o resultado de seu enfrentamento contra seu inimigo oculto, que também é
você. E, como se diz, se você não tem como mudar o passado, pelo menos, tenha
forças para mudar o futuro.
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