Ainda sobre o tema de nossos
direitos e deveres que tratei na última postagem, apontando que a educação é nosso
direito e nosso dever primordial, trago hoje como sua irmã gêmea, a justiça,
pois a punição dos malfeitos dos poderosos e dos homens comuns será sempre um
componente da boa educação e do bom exemplo que um povo dará a si mesmo.
Se quisermos viver num país
melhor, não podemos continuar dando chance para que o jeitinho brasileiro que
burla as leis, que passa os outros para trás, que aproveita das brechas na
justiça para tirar vantagens, por mais legal que seja, permaneça norteando
nossas vidas.
Temos ouvido e visto coisas
absurdas que colocar nossa humanidade num patamar tão baixo que nos faz
desconfiar de nosso destino. Semana atrás a camionete de uma transportadora
virou no acostamento e as pessoas, em vez de socorrerem o motorista preso nas
ferragens, foram saquear a carga. Outro dia um motociclista acidentou-se no
túnel Noel Rosa e as pessoas, da mesma forma, em vez de socorrerem o rapaz
roubaram o capacete, a jaqueta de couro e demais pertences, essas coisas
acontecem a toda hora. Essa incapacidade de se condoer com a dor dos outros tem
sido uma constante em nossa sociedade, é a mesma demonstrada por nossos
representantes que roubam o dinheiro da saúde deixando o povo a míngua, a dos
médicos que batem o ponto e fogem do trabalho, a dos empresários que se juntam
aos políticos para roubar. É a mesma falta de humanidade dos homofóbicos, dos
agressores de mulheres, dos assassinos em geral. O desumano não é que existam,
mas a forma com lidamos com eles, com leis tão frouxas que parecem piada.
Sem falar nos gatonet, gatoágua,
gatoluz da vida. Se você não está pagando direito o que consome, alguém está
pagando por você, e pode ser seu vizinho educado. Tem político no Rio de
Janeiro que se elege prometendo aos eleitores de algumas regiões água, ou luz,
de graça roubando da Cedae e da Light. Se o eleitor aceita uma proposta dessas
o que poderá cobrar dos mesmos políticos que roubam a todos? Os espertos de
mais serão sempre espertos de menos.
Nossa esperança é que ao lado de
tanta desumanidade também vemos exemplos de solidariedade, como a protagonizada
pela população do Rio com o refugiado sírio das esfirras agredido em
Copacabana por ser estrangeiro, a população se juntou para abraçá-lo e adquirir
suas esfirras. A campanha Natal sem fome
criada pelo Betinho e tantas outras, anônimas, que aliviam a dor de tantos, são
exemplos que nos fortalece e demonstram que na maioria somos um povo que merece
um bom destino, por isso não podemos perder a oportunidade de demonstrar isso
diariamente com nossa indignação e nosso dever de cobrar dos que estão em cima
e dos que estão ao nosso lado, para que tenham uma atitude honesta, educada e
fraterna para com todos.
Ano que vem teremos as eleições,
nesse momento de turbulência é que surgem os salvadores da pátria que chegam
prometendo o que não poderão cumprir. O povo ansioso por resolver seus
problemas de imediato, ou por achar que as soluções para um país conflagrado
como o nosso são fáceis, se aliam a propostas mirabolantes de salvação da
pátria diante do discurso direto, sem dúvidas, de algum populista, e aí é que
mora o perigo, à esquerda e à direita. Um populista neste momento é tudo que
precisamos para nos condenar de vez ao atraso e a violência do
subdesenvolvimento. 2018 é a oportunidade que teremos para escolher alguém que
venha para fazer as reformas que nos leve a bom caminho, ou estaremos
condenados a conviver para sempre com uma elite corrupta como na Rússia, e uma
criminalidade fora de controle como na Guatemala e El Salvador.
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