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A LEI É PARA TODOS!


O filme que faz o retrato da Lava Jato é um policial no melhor estilo, é didático no raio-X  que faz da operação que leva o país a um patamar acima do que sempre tivemos em  matéria de investigação e justiça, colocando as  mãos em  gente até então intocável.
Mas não vá ao cinema esperando uma trama ágil, frenética, estilo Tropa de Elite, ou Cidade de Deus, apesar de todos tratarem da nossa bandidagem, mas o negócio aqui, como sabem, é mais em cima. Tem muita arma, mas não tem tiroteio, tem muita caçada, mas pouca correria, em alguns momentos chega a ser lento, cerebral, mas não menos tenso. Trata com zelo e dignidade​ todos os  envolvidos, mas mostra a coragem e a disposição patriota dessa turma de delegados disposta a fazer a coisa certa, que não se intimida diante dos poderosos. 

O que parece, às vezes, que é medo, como no caso da condução coercitiva de Lula, o temor não é de enfrentar o símbolo  nacional, mas por recear que sua detenção transforme a rua em frente ao local em praça de guerra entre os grupos que lá estão, um a favor e outro contra.

O filme tem muitos méritos, é bem escrito, produzido, dirigido, com grandes atuações, mas seu maior mérito talvez seja revelar uma série de personagens desconhecidos do  público, que foram os responsáveis pelo início e desdobramentos das investigações, gente dos diversos escalões da Federal, dos que ficam escutando as gravações, aos que vão para a rua. Trabalham de forma sincera e incansável em busca da verdade, mostrando que os mocinhos e mocinhas da Lava Jato vão além do Moro, dos promotores, e do folclórico japonês que ficou notório no início da operação.  Personagens como a delegada interpretada pela Flávia Alessandra e seu colega, personagem feito pelo Bruce Gomlevsky, que numa discussão com o pai esquerdista lembra que fez campanha para Lula. 

São aspectos sensíveis demonstrando que a investigação é pela busca da verdade, todos com a mesma disposição. Bastaria um corrupto  naquela equipe e não teríamos chegado onde estamos. E não pode haver desmentido que se sustente diante de tantas evidências, de tanto dinheiro em contas secretas, tantas delações e tantos personagens que se interligam como numa teia de aranha com tantas ramificações, mas todas girando sobre um mesmo eixo, a Petrobrás e as obras públicas. 

O que o filme demonstra ainda é que os homens e mulheres da polícia Federal e do Ministério Público, em parceria com o juiz Sergio Moro, estão ali não porque é um bom emprego, ao contrário, chega a ser angustiante vencer a briga contra a corrupção generalizada, e revelam para todos nós que este país tem jeito, que ainda é possível acreditar que a justiça é feita para todos. 

Um grande filme para ser prestigiado e aplaudido, mas do que isso para se refletir.

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