O que verdadeiramente queremos? Se
é que nossos desejos e vontades são escolhidos conscientemente, sem as
intervenções que algumas vezes podem ir num sentido diverso do que almejamos.
Qual destino será o nosso?
Os cristãos acreditam que vamos
para o céu, para o paraíso eterno. Os espíritas que vamos para um lugar igual a
este aqui onde continuaremos evoluindo em busca da perfeição. Para os budistas
você não precisa morrer para chegar ao paraíso, a felicidade é dada aqui mesmo
desde que você consiga através da meditação chegar ao nirvana. Para os
maometanos no paraíso o sujeito terá 70 virgens, certamente que esse paraíso
não foi feito para as mulheres, nada foi falado para elas, certamente nesse paraíso
elas também usarão a burca.
Sobre a burca houve uma
reportagem de TV, com brasileiras inclusive, onde as mulheres admitiram que a
burca não oprime, que a usam porque querem se sentir mais valorizadas por seus
homens, o que demonstra que nossas vontades nem sempre são legítimas, porque
não pode haver motivação natural que justifique a burca. E quantas e tão
variadas burcas não usamos em nosso dia a dia, não é?
Desejos, vontades, gostos, são
tão legítimos, quanto ilegítimos, entre os povos e entre os indivíduos no mesmo
grupo social. Por isso devemos desconfiar de nossas vontades, de nossas verdades,
sobretudo. Assim como das verdades dos outros. Não devemos abdicar delas, mas
subjugá-las ao crivo de alguma reflexão, alguma ponderação. Isso não vai nos
livrar de tomar decisões erradas, mas em muitos casos poderá evitá-las. Pelo
menos, nos livrará do efeito manada.
Os líderes políticos e religiosos
conhecem bem esse efeito, trabalham
sobre ele de forma profissional, meticulosa, para chegar a seus objetivos.
Inconcebível é que encontrem campo fértil para disseminar suas ordens, suas
vontades. Eles exigem primeiro a atenção, depois a obediência e finalmente o
dinheiro, ou o sacrifício no caso dos homens bombas.
Enquanto alguns usam o nome de
Deus em vão para dominar as massas e fazer dinheiro, outros brincam de Deus
tentando criar novas vidas em laboratório. Como brincamos com a natureza e criamos
as situações que nos levarão a nosso destino final, que parece inevitável enquanto
espécie. O mundo não acabará, mas o ser humano como nós conhecemos este está
com os dias contados, parece ser uma questão de tempo.
Não sabemos na verdade o que
queremos, nem para onde vamos, mas continuamos destruindo o que temos em nome
do progresso e da ciência que, em alguns ambientes, já se transformou num novo
deus. Promete salvar não o ser humano que conhecemos, mas outro ser em que nos
tornaremos depois dos resultados das experiências com a vida.
Sem nos tocarmos do perigo,
continuamos nos maltratando e maltratando os outros animais, criando o fosso
onde nos afundaremos todos. Inapelavelmente!
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