A impressão que temos é que estamos metidos num pântano fétido e
movediço onde nos afundamos cada vez que procuramos sair dele, que mal
conseguimos colocar a cabeça para fora à procura do oxigênio que nos permita
sobreviver, tamanho é o descalabro que vemos assolando nossas vidas. Motivos
não faltam. De juízes da mais alta
corte, aos delinquentes mais contumazes, todos imbuídos do direito de cometer
pecados e crimes.
Perdemos a noção dos limites entre o certo e o errado, o dever e o
direto, e tontos tateamos como cegos num tiroteio. Ficamos perplexos quando
vemos juízes exercitarem sua erudição para justificar e proteger criminosos que
afrontam a lei. É verdade que “um magistrado não deve julgar sob o aplauso da
opinião pública”, mas quando o faz para defender o indefensável, fica difícil
compreender quando aquele que deveria proteger a nação protege o criminoso.
A partir desse momento todas as setas que indicam o sentido da
justiça, do bem comum, da moralidade, ficam em posições trocadas, nos fazendo
perdidos num labirinto de vontades. Onde o que prevalece é a lei do mais forte,
seja pela força da caneta, ou das armas.
Assim estamos: juízes desrespeitam a lei, estudantes desrespeitam
os professores, motoristas desrespeitam o trânsito, empresários
desrespeitam o consumidor, pastores desrespeitam as religiões, jovens
desrespeitam os velhos, e vamos como num trem desgovernado sem saber qual o
tamanho do precipício que temos à frente. Ou, quem sabe, percebemos, mas nos
encontramos tão enredados com tudo isso que não temos forças para deter a
máquina.
O político desmoraliza a atividade política quando troca sua
consciência por dinheiro, quando vende projeto de lei para beneficiar o empresário
que paga, corrompendo o mercado e a concorrência. Sei que há os que são contra
o mercado e o capital, apesar de viver deles, porque “outra sociedade é possível”,
mas enquanto ela não chega podemos ser iguais aos outros.
O juiz desmoraliza a justiça
quando emite liminar para proteger empresário que exerce atividade que
contrária à concorrência e as leis vigentes, só no Estado de Minas Gerais foram
emitidas três mil delas para empresários de ônibus irregulares exercerem o
transporte de passageiros, inviabilizando as atividades das empresas legalmente
constituídas, colocando a vida dos passageiros em risco.
O STF manda para casa reiteradamente os implicados em maracutaias
sem foro privilegiado, porque naqueles que têm foro ele nem põe as mãos. Diante
de tudo isso só nos resta perguntar: onde estão os honestos, os bons e os
justos, será que darão as caras nesse próximo ano?
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