Com receio de perder o auxilio moradia magistrados de todo o país prometem paralisar a justiça no
próximo dia 15 de março. O auxílio moradia de suas excelências foi criado para
ser justo com aqueles que precisavam trabalhar fora de seus domicílios,
assim procurando igualar a todos.
Mas em 2014, após decisão do ministro
Luiz Fuz, do STF, todos passaram a ter esse direito, independente de onde
trabalham. A pergunta é, se o auxilio foi estendido a todos, aqueles que continuam
trabalhando fora de seus domicílios não voltam a ser injustiçados como antes? Por voltarem a ser
injustiçados não caberia um novo auxílio para igualá-los economicamente aos
colegas, coisa como o "auxílio do auxílio moradia"?
Caso isso ocorra, não estará
aberta a chance para que outro Ministro do Supremo conceda nova liminar
estendendo o novo auxílio para todos, e assim permitindo que os injustiçados se
vejam na obrigação de pedir um novo auxilio que os tornem iguais de novo? “O
auxilio, do auxilio, do auxilio moradia” e assim ad aeternum?
Isso é tão lógico como "dois e dois são cinco", e seja qual for o resultado dessa greve marcada para 15 de março,
suas excelências só fazem aumentar a sensação de que vivemos num país onde
alguns são mais iguais do que outros. Suas excelências saem com as imagens
arranhadas desse evento, mas parece que para eles isso não é nada, num país
onde as autoridades têm as imagens não arranhadas simplesmente, mas
completamente sujas.
O que estão
fazendo não é crime, mas é moralmente injusto com o conjunto da sociedade,
neste momento enfrentando tantas dificuldades. Porque não se trata somente do
auxilio moradia, em alguns estados como o Rio de Janeiro, suas excelências
recebem ainda auxilio alimentação, saúde, transporte, educação e pré-escola,
aumentando os contracheques muito acima do teto constitucional que é hoje de R$
33.700,00. A sensação que fica é a de que suas excelências não se sentem parte
da mesma nação que todos nós.
Mas as questões de fundo permanecem, resoluções como essas aprofundam ainda mais nossos problemas, num
país de privilegiados, onde quem pode manda e quem não pode obedece, onde a
justiça por ser das mais lentas do mundo, torna-se das mais caras, quando é
feita, onde os desmandos se intercambiam entre os poderosos e o povo assiste
perplexo e impotente.
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Se quiser saber mais, aqui vai o link de outro post sobre o
assunto:
http://semtaparosol.blogspot.com.br/2018/02/sorria-e-carnaval.html
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