Nesses 33 dias de
2018 foram registrados 548 tiroteios na cidade do Rio de Janeiro com armas de
guerra, 16 polícias mortos e 34 feridos, a quantidade de civis mortos e feridos
nos mesmos tiroteios ainda é incerta, esses números são sempre parciais, porque
toda hora ocorre mais um tiroteio. É o balanço de nossa guerra particular,
fruto do descaso das autoridades e da leniência com o crime, a corrupção
política e policial.
Soubemos agora
que em algumas localidades a milícia que achacava as pessoas, mas combatia o
tráfico, agora se aliou a ele para extorquir ainda mais o cidadão.
Não há nenhum
lugar no mundo onde morra tanto policial assassinado, nem lugar onde a polícia
mate tanto, muitas dessas mortes são execuções covardes, crimes da polícia. A situação
de desrespeito da bandidagem está na medida da irresponsabilidade policial.
A polícia foi
ensinada a não respeitar os pobres, entrava nas comunidades e fazia o que bem
entendia, especialmente no tempo da ditadura militar, parou com isso depois do
Brizola, mas o mal já estava feito. Ela parou de invadir com violência, mas
continuou subindo para pegar a propina da bandidagem. As UPPs foi a reação
correta, ou melhor, teria sido, se não estivesse à frente do governo o bandido
maior.
Nenhuma solução
teria sido duradoura com o Cabral, porque ele próprio era o problema. Nunca
implantou nas comunidades as ações sociais, culturais e econômicas necessárias
a pacificação social, tratou tudo como sempre, apenas como problema policial.
Veio a hecatombe econômica e a criminalidade voltou à cidade de forma mais
forte, como a reincidência de uma doença grave.
Não há dinheiro,
não há autoridade, não há segurança nem nos becos, nem nas vias
expressas, não há luz no fim do túnel que nos permita ver com clareza o fim
dessa guerra. Mas continuamos todos trabalhando (os que têm trabalho), torcendo,
amando, vivendo, porque fugir é perder a guerra. É uma situação difícil, mas é
o que temos para hoje, amanhã será outro dia.
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