Não sei como foi na vizinhança de vocês no momento em que Felipe Coutinho fez o
gol do Brasil na Copa, mas, por aqui, pareceu que o gol fora da Suíça, porque não
ouvi os gritos de alegria de sempre, nem estrondo de bombas, nem gritarias nas
janelas, essas manifestações educadas de nossos torcedores. A não ser nos locais
de concentração mostrados na Globo.
Passei o restante da partida pensando não em mim que sempre fui torcedor
moderado, mas nesses que veem a Seleção como a pátria de chuteiras, a vitória da Seleção como sua maior
alegria, e fiquei sentido por eles mais do que por mim, tentando identificar
dentre nossos problemas, quais os que mais tiram neste momento nosso
entusiasmo, nossa alegria.
Não é desconfiança na seleção, como sabemos, ela está mais bem preparada que a de 2014.
O que nos faz tão desanimados nessa Copa, então?
Será o fantasma dos 7 a 1 da Copa passada, ou porque falta na corrida presidencial um nome que traga alguma esperança de dias melhores?
Será porque Tite falou que Neymar ainda não estava cem por cento, ou a certeza de que nossos homens públicos não assumem seus erros, nem se sentem parte de uma nação?
Será porque a Rússia é muito longe, ou porque a maioria dos Ministros do Supremo se coloca ainda mais distante do povo?
Será porque o grito goooooooool, de Galvão Bueno, está mais cheio de conteúdo do que palavras como povo, democracia, cidadania, segurança, saúde, educação..., tão esvaziadas?
Ou será porque nossas agremiações políticas, não são partidos políticos, mas quadrilhas?
Parece que além destas, outras perguntas tiram a nossa alegria neste momento, mas sei que à medida
que a Seleção for caminhando em direção ao hexacampeonato, nossa alegria
voltará como antes, porque esses problemas sempre estiveram aí, nossa
consciência sobre eles é que não. Quem sabe acordaremos de vez desse berço esplêndido e tomaremos conta
do país?
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