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OS NOVOS TEMPOS

Enquanto o mundo fala do advento dos novos postos de trabalho, naquela que é conhecida como a quarta revolução industrial, que precisa de novos trabalhadores para trabalhos inteiramente novos, quando, pelo menos 50% das formas de trabalho que conhecemos desaparecerão nos próximos 20 anos. Mas outras formas serão criadas, coisas que sequer imaginamos farão parte do nosso dia a dia.

O problema é que nós, brasileiros, corremos o risco de assistir esse trem do desenvolvimento passar ao largo sem termos as qualificações necessárias para ocupar um lugar nele, como perdemos as revoluções industriais anteriores. Porque nossos governantes nunca se preocuparam em nos dar uma educação adequada para esses tempos, nem se preocuparam em criar um ambiente que acolhesse os empreendedores. O aumento do número de vagas em universidades não quer dizer que temos universidades preparadas para nos dar as ferramentas necessárias para competir em pé de igualdade com as nações que com isso se preocuparam.

Estamos cansados de ouvir, inclusive de membros da classe política, que gastamos mais com o ensino universitário e menos com o ensino básico, que aqui está o grande erro. Mas tudo continua do mesmo jeito. Fazemos o contrário das nações que superaram seus atrasos educacionais. Com raras exceções, as crianças são entregues a professores despreparados, ou desmotivados, não aprendem o que deveriam, e aquelas que chegam à universidade encontram da mesma forma, um ambiente aquém das necessidades para formar técnicos e doutores. Esses jovens chegam despreparados e saem sem os recursos técnicos necessários para nos atender, alguns nem na prática aprenderão.

O pior é que todos os candidatos à presidência, sem exceção, dizem estar preocupados com a segurança, saúde e educação, é o mote, mas nenhum até agora apresentou um plano de governo que faça frente a essas demandas. Bolsonaro disse que criaria uma escola militar na cidade de São Paulo como uma solução para a educação. Num universo de cerca de 20 mil estabelecimentos do ensino básico, não quer dizer nada, é a forma mais crua de dizer que não sabe o que vai fazer com a educação caso seja eleito.
                                                                                                                     
Neste século as pessoas devem esquecer os trabalhos que demandam esforço físico, repetitivo, porque todos eles serão substituídos por robôs que farão os trabalhos mais rápidos, mais limpos e mais baratos. Mas haverá demanda para os que quiserem trabalhar com pessoas, isto é, cuidando das pessoas, e naturalmente as profissões criativas, no mundo dos espetáculos, no design, na engenharia genética e no estudo de novas soluções para os espaços urbanos, por exemplo. Mas para isso será preciso preparar nossos profissionais, a quarta revolução industrial será marcada pela convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas.


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