Com a saída abrupta dos médicos cubanos depois da eleição de Bolsonaro
ano passado, deixando populações desassistidas por todo o país, e com a
promessa do governo eleito, não só de repor essas vagas com médicos
brasileiros, mas ainda de aproveitar os cubanos que quisessem permanecer no
país, parecia que essas populações não ficariam sem médicos por muito tempo.
Como sabemos, o governo tentou preencher as vagas, no entanto, mais de
mil médicos contratados não apareceram para assumir seus postos, outros
chegaram a ir, mas logo desistiram. Como se não soubessem o que iriam encontrar.
Não sei se é piada, mas soube que alguns ao assinar o contrato e antes de
assumir perguntaram se havia shopping
na localidade. Deve ser piada, né?
Os cubanos que aqui ficaram sequer foram contatados para assumir os
postos onde haviam trabalhado. Isso depois de terem demonstrado suas aptidões,
suas competências, e as comunidades permanecem desassistidas e esquecidas, mas
aí vem às perguntas.
- Se não há médicos brasileiros dispostos a ir para essas localidades,
por que não reconduzir os cubanos que ficaram no país e hoje sobrevivem em
subempregos?
- Porque não fizeram o revalida.
- Mas qual a dificuldade para esse revalida se eles já trabalhavam?
- Porque as coisas precisam ser feitas direito.
- Vem cá, os nossos médicos que saem muitas vezes de faculdades nem
sempre bem avaliadas, fazem alguma prova tipo revalida para poder nos atender?
Ou será que o ensino nas universidades pelo mundo afora são piores que o nosso?
Bom, se não são, tudo não passa de burocracia e reserva de mercado, não
leva em conta as necessidades da população, sobretudo nesse caso, de lugares
distantes, precários, que nem nossos médicos querem ir para lá.
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