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QUEM DEFENDE O CIDADÃO?


No mesmo momento em que Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, baixa uma resolução que freia todas as operações contra a corrupção, nisso incluso não só os agentes públicos corruptos, mas ainda a lavagem de dinheiro do crime organizado e do terrorismo, afirmando que faz para defender o cidadão contra possível devassa em seus dados pessoais.

O Presidente da República, por sua vez, leva para debaixo de suas asas a ANCINE, responsável pela política do audiovisual no país. Levando-a do Rio de Janeiro, onde vive grande parte dos produtores do audiovisual, para Brasília, onde não há produção expressiva, para ficar perto dele e assim poder controlar, como revelou, para que não ajude a produções de filmes como aquele sobre a vida de Bruna Surfistinha. Alegando que faz isso em nome da família. Como se todas as famílias brasileiras pensassem iguais e quisessem as mesmas coisas, como se o dinheiro público não pertencesse a todas elas, mas só a parte delas, aquelas que pensam iguais ao Presidente.

É bom lembrar que a resolução de Dias Toffoli foi motivada pela defesa do Senador Flávio Bolsoraro, filho do presidente, para fugir da investigação do MP-RJ (Ministério Público-RJ) por suposto desvio de conduta em seu gabinete quando deputado no Rio de Janeiro. Junto com ele dezenas de outros, seus colegas na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), além de empregados nos gabinetes, como o Queiroz do gabinete do Flávio, todos investigados por suspeita de corrupção, terão suas costas aliviadas dos crimes que cometeram, graças à resolução do Presidente do STF. O senador, como todos, nega irregularidades e se diz alvo de perseguição.

Assim vamos nós manietados por nossos defensores, porque fica difícil entender do que eles nos protegem, quando, em nome do cidadão e da família, aliviam a vida dos criminosos, e pretendem orientar o que devemos assistir, como se fôssemos crianças indefesas.   


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