A
globalização que leva os empregos para outros lugares, quando há, e o avanço
das novas tecnologias, vão fazer cada vez mais as pessoas sentirem medo da
vida, quando perceberem que o esforço que fizeram para conseguir um bom trabalho
não será suficiente para terem as mesmas condições de vida que tiveram gerações
passadas, de seus pais, de seus avós.
As
graduações, pós-graduações e doutorados, já não são suficientes para lhes
oferecer melhores qualidades de vida, porque as oportunidades de trabalho,
sobretudo agora no baque da economia global com a pandemia do Covid-19, vai
levar essa situação a momentos dramáticos, especialmente para nós que já vínhamos
com a economia em frangalhos.
São
nesses momentos de escassez, de incertezas diante do futuro, que aparecem os
salvadores da pátria, políticos populistas com propostas de soluções simples
para questões complexas. Acusam os outros competidores nas eleições de corruptos,
e quase sempre estão certos, mas acusam os outros do que eles mesmos são. Basta
ver os descalabros com os recursos públicos gastos sem licitação nessa
pandemia. Chega a ser vergonhoso, desumano, inconcebível, que nos revolta e dar
raiva.
Por
isso não devemos embarcar na disputa entre os poderes como está acontecendo
agora no país, porque em todos há autoritarismo e corrupção, desperdícios e
desmandos, pode-se medir apenas o grau em que ocorre num ou noutro. Mas quando
um poder resolve jogar a população contra o outro, faz isso com segundas
intenções, porque quer o poder absoluto. É o que estamos vendo hoje, por isso
nossa postura deve ser de defesa de todos os poderes, para que permaneçam
livres e funcionando, mesmo que tenhamos as mais sérias reclamações a fazer contra
eles.
Só
precisamos que os políticos trabalhem, apenas isso. Cabe a eles se reinventarem
para oferecer o estado de bem estar social que a sociedade precisa, para que
ninguém tenha dúvida que foram nas democracias liberais como a nossa, que a
humanidade teve as melhores condições de vida. Para que ninguém se veja
motivado a embarcar em aventuras políticas autoritárias, achando que estão
salvando a lavoura.
Quando
políticos se apresentam com propostas nacionalistas de defesa da pátria, da
família, das coisas como eram no passado, como se a pátria pertencesse apenas aos
que pensam como eles, e que vão combater a corrupção a todo custo, desconfie,
você certamente estará diante de um populista.
Eles
querem que você troque as liberdades da democracia, pela rigidez da ditadura,
como se esta tivesse resolvido em algum tempo as questões das nações. Ao contrário, acirraram os conflitos e as
desigualdades na mordaça que impingiram sobre todos. Todo cuidado para que no
afã de resolver questões políticas do momento, entreguemos o poder para os
inimigos da democracia e das liberdades. É o que vem acontecendo no planeta.
Vide estudo aprofundado em “O povo contra a democracia”, de Yascha Mounk, livro
da Companhia das Letras, fundamental para a compreensão deste momento no Brasil
e no mundo.
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