Ainda em meio à pandemia que nos
obriga a ficar presos em casa (nem todos), vendo o mundo através das janelas
eletrônicas, da televisão, do computador e do celular, acompanhando os
noticiários oficiais e as fofocas das redes sociais, que algumas vezes se
confundem e nos deixam sem saber onde está a notícia e onde está a fofoca,
vamos tirando conclusões sobre o que nos acontece, e como pensamos sobre o que
virá depois desse confinamento.
No primeiro momento nos
regozijamos com a limpeza dos céus e das águas dos oceanos, vimos animais
silvestres andando pelas ruas das cidades desertas, até mesmo feras do profundo
das matas deram as caras com a saída dos humanos de circulação. Descobrimos o
que já sabíamos, que menos gente e, principalmente, menos automóveis nas ruas,
são melhores para o planeta.
Mas tudo tem seu lado positivo e
negativo. Ao lado da melhoria na poluição atmosférica, não na Amazônia
brasileira naturalmente, onde a estupidez humana aumentou os desmatamentos e as
queimadas, vimos surgir a proliferação do plástico, esse inimigo público,
através das máscaras, luvas e roupas de proteção dos trabalhadores da saúde, da
limpeza pública e de outros profissionais que precisam estar na linha de frente
dessa guerra. Sobre o que já era um problema de poluição global que precisava
ser combatida urgentemente, vem essa avalanche de lixo tóxico.
Ao lado a tranquilidade das ruas
sem movimento, surgiu o problema do abandono dos animais que vivem de nossas
migalhas: gatos, cachorros e outros bichos estão morrendo de fome em todo o mundo,
largados nas ruas que agora começam a se povoar outra vez. Graças a voluntários,
e a governos responsáveis, um trabalho enorme está sendo feito para salvar
esses animais. E em países desiguais como o nosso, um trabalho igual, graças a
voluntários, salvam também famílias humanas da fome, enquanto governadores e
prefeitos roubam descaradamente o dinheiro de todos.
Mas devemos tirar lições de tudo
que vivemos, e sabemos que repetir erros é próprio do ser humano, mas também é
burrice. Por isso não saia dessa quarentena querendo fazer tudo que fazia antes
e em dobro, para compensar o tempo preso. Porque esse será o primeiro impulso,
mas respire, pense, antes de qualquer ação. O planeta agradecerá. Os únicos
movimentos inevitáveis devem ser para abraçar quem amamos, o resto repense.
Faça as coisas diferentes a
partir de agora. Verifique a verdadeira necessidade do que quer fazer, se
puder, troque por outra que gaste menos energias do planeta. Prefira a
bicicleta ao automóvel, os passos a bicicleta. O transporte público ao
individual. Se sua viagem de avião é de negócios, verifique se não pode
resolver de casa pelo computador. Compre menos roupas no ano, faça cursos
online, viaje menos, e quando sair de casa saia para passear por perto. Faça
tudo menos, menos os beijos e os abraços nos que ama, esses você pode dobrar,
multiplicar.
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