Num
momento de tantos conflitos políticos, sociais, raciais, profissionais, religiosos,
pessoais, buscar um sentido para a vida parece natural. Para Joseph Campbell, “A vida é desprovida de sentido. Você dá sentido a ela. O
sentido da vida é aquilo que você atribui a ela. Estar vivo é o sentido.” Então, qual é o sentido da sua? Se é que você está
preocupado com isso.
O que faz
com que todos os seus sofrimentos valham a pena? É ir ao shopping fazer compras?
É se sentir amado? É sua conta bancária? É o investimento que você acha que é
seguro? É pertencer a uma religião, a uma seita? A um partido político? É
viajar?
Não
faz muito tempo o que dava sentido à vida das pessoas era se sentirem seguras
no emprego. Mais do que isso, era trabalharem numa função que lhes dava
identidade. Elas eram o que faziam. As pessoas trabalhavam a vida inteira na
mesma função, até se aposentarem. Vendo de longe parece maçante, mas possivelmente
dava um conforto emocional extraordinário, porque dava para a pessoa o sentido
de pertencimento, a pessoa pensava em si mesma como membro de uma coletividade.
Hoje,
porque o mundo mudou, as relações de trabalho são efêmeras, e as funções das
pessoas nas empresas também. Quanto mais versátil for o empregado, mais
valorizado ele será, as empresas tem isso como criatividade e dinâmica do
trabalhador, mas tira da pessoa sua identidade de grupo, o lugar fácil a que poderia
pertencer.
O
trabalhador que faz tudo está preocupado com sua produtividade, porque sabe que
seu emprego é efêmero. Antes as pessoas também produziam, mas não morriam por
isso. A instabilidade profissional de agora certamente não permite uma
estabilidade emocional, que leve à pessoa confiança, felicidade, paz de
espírito. Levando muitas pessoas, homem e mulheres, a insegurança afetiva, com
sérias consequências na saúde metal e em seu bem estar. É esta a realidade que
os estudiosos nos colocam.
Mas
perceba, mesmo que governos responsáveis possam oferecer o mais largo programa
de bem estar social, caberá a você a obrigação de criar sua identidade profissional,
social, que lhe dê integridade emocional e lhe permita ser, num mundo onde o ter
é que parece ser legal. Lembre-se, o que dá sentido a vida de uma pessoa é o
que a faz feliz, não o que ela precisa fazer. Então, se você ainda não
descobriu, por onde vai começar?
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