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UM DIA NO VELHO OESTE


No Velho Oeste ele nasceu. Não sei se se criou entre bravos, mas se fez xerife e como paladino da justiça, um dia achou que poderia livrar a cidade dos bandidos que a dominavam. Com a ajuda de outros jovens xerifes, não comprometidos com os descaminhos dos velhos homens da lei que sempre pactuaram com os velhos bandidos, criou uma força tarefa e foi atrás dos meliantes que sugavam as riquezas de todos.

Não foi uma luta fácil, era um grupo pequeno contra não apenas uma, ou duas quadrilhas, como se verificou no curso da história, mas várias. Quanto mais eles descobriam e pegavam bandidos, mais eles apareciam. Bandidos pequenos, grandes, donos do pedaço. Não tivesse sido a tenacidade do grupo eles teriam sucumbido.

Finalmente o povo achou que havia chegado a um Novo Oeste, que se não acabara com a bandidagem, pelo menos, dera cobro, que a partir dali os poderosos pensariam duas vezes antes de delinquir, graças ao grande xerife e sua turma. Tadinho daquele povo.    

Pois quando parecia que as coisas estavam se encaminhando para um bom final, começaram a surgir de todos os lugares reações contra o jovem xerife e sua força tarefa. Velhos xerifes enciumados com as vitórias do herói começaram a contestar suas ações. Velhos bandidos reorganizaram suas quadrilhas e passaram a cobrar lisura na guerra que haviam perdido para o xerife. Jornalistas e blogueiros do Velho Oeste que sempre foram comprometidos com a bandidagem caíram como raio esmiuçando as ações do jovem xerife no curso de suas ações contra os velhos bandidos.

Mas, vejam bem, numa guerra desproporcional como aquela, de um pequeno grupo de paladinos contra o sistema corrupto, organizado através dos tempos pela bandidagem, exigir nenhum desvio, cem por cento de limpeza nas ações dos jovens xerifes, é advogar a favor da bandidagem. É querer que as coisas voltem a ser como sempre foram.

Mas é este o momento que aquele povo do Velho Oeste vive, vendo de todos os lugares aparecerem contestações contra o xerife e sua força tarefa, como se eles tivessem guerreado contra bandidos pés de chinelo. Resta saber se aquele povo do Velho Oeste, tão cansado da bandidagem, assistirá de braços cruzados os bandidos não só se reorganizarem, mas colocarem na forca o jovem xerife. O tempo dirá.
        

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