Uma coisa é escrever, outra é ser escritor. A escrita pode ser apenas desabafo, passa tempo, uma forma de organizar a alma, as emoções... Neste sentido é usada, inclusive, como tratamento em algumas enfermidades.
Pode ser que nesses momentos a pessoa produza coisas muito boas, curiosas, afinal, trata de sofrimentos que são comuns a muitas pessoas, e mesmo as que não têm os mesmos sofrimentos vão entender o que ela escrever.
É ainda um processo de autoconhecimento, porque à medida que você coloca suas emoções no papel, você estabelece um diálogo com você mesmo, e certamente a escrita vai lhe ajudar em questões importantes em sua vida, porque ao colocar para fora essas questões você vai poder olhar para elas com mais clareza.
Enquanto a escrita está nesse patamar a pessoa é apenas um... um sofredor. Um diletante..., na maioria dos casos sequer tem vontade de apresentar o que escreveu para as outras pessoas. Porque lhe falta motivo, autoconfiança, e porque não escreveu pensando nos outros. E a participação dos outros é fundamental. Pois, quem diz que você é escritor são os outros.
Sem leitor não há escritor. Escrever é uma forma de criação, mas quem escreve procura em último caso a comunicação com o outro. Mais do que isso, o escritor precisa de método, precisa estar em dia com os assuntos, com o mundo, porque cada autor, mesmo quando escreve sobre o passado, precisa revelar seu tempo, o empo em que está escrevendo. E isso vai ser revelado no conhecimento da língua, no bom uso das palavras, na profundidade do assunto que está tratando, na observância dos costumes e tudo mais.
Não existe um método correto para o escritor, cada um desenvolve seu próprio método, o que se percebe é que é necessário criar um método, com objetivos de partida e de chegada, com intencionalidades, dirigindo-se ao público que escolheu, determinou, para seu livro.
Essa é a grande diferença entre quem escreve por escrever, e o escritor.
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