“Falta oxigênio no pulmão do mundo” é a frase feita que corre o país hoje, parece ironia, mas não é.
Manaus é exemplo para todo o país, cuide-se como puder porque não faltam armadilhas e responsáveis por essa tragédia anunciada. Não foi por falta de aviso, não foi por desconhecimento do problema. Cientistas e médicos comprometidos com a saúde e a vida vêm alertando desde sempre.
O clima geral de irresponsabilidade política, falta de senso crítico, pouco caso com a vida dos outros, roubalheira do dinheiro público, estupidez e arrogância, se espalha por toda a sociedade, do presidente da república que todo momento procura se eximir de sua responsabilidade como se não fosse ele o mandatário da nação, que ainda incentiva a desobediência às prevenções, ao governador metido no descompasso da mal-versação do dinheiro público, passando pelas associações profissionais e patronais, aliados a políticos estúpidos que orquestraram a falácia da disputa entre a saúde e a economia, e fizeram o povo embarcar na ilusão de que tudo se resolve por força de vontade apenas. A imunização de rebanho só é boa para quem não está morrendo asfixiado por falta de oxigênio nos hospitais.
A falta de coordenação federal, a improvisação estadual e a irresponsabilidade geral tomaram conta do país levando a esse desfecho trágico, que poderá ter consequências ainda mais graves na fome que os mais necessitados enfrentarão no decorrer deste ano. Na há oxigênio agora para os que morrem asfixiados nos hospitais de Manaus, poderá não haver em outras cidades em breve. Como não haverá vacinas, nem seringas suficientes para imunizar a todos em curto prazo como deveria. Nem haverá socorro emergencial para acabar com a fome dos que precisam.
O que temos de sobra mesmo é incompetência, corrupção, estupidez, falta de empatia, e desmando. Não faltam responsáveis nesta tragédia, falta liderança, honestidade de propósito, políticos comprometidos verdadeiramente com a nação, e não com suas fantasias ditatoriais, ou nichos ideológicos.
A crise é humanitária, mas vemos as pessoas levantando suas pequenas bandeiras ideológicas como se isso fosse um FLA-FLU. Nossa tragédia é muito maior.
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