Moacyr Félix, poeta, escritor, editor, e intelectual brasileiro, é um dos autores lembrados em nosso podcast desta quinta-feira, ao lado de Ribeiro Couto, Manoel Bastos Tigre e Peregrino Júnior.
Moacyr nasceu no Rio de Janeiro, em 11 de março de 1926, e morreu também no Rio de Janeiro, em 25 de outubro de 2005, portanto, estamos a 95 anos de seu nascimento. Foi um poeta e escritor combativo, ligado aos movimentos contra a ditadura militar, pelo que pagou caro.
Lançou seu primeiro livro de poesia, Cubo de Trevas, em 1948. Formou-se em Letras na Sorbonne, e estudou Filosofia no Collége de France. Até 1954 foi redator e locutor de um programa da Radio e Televisão Francesa para a América Latina. De volta ao Brasil, trabalhou como redator da revista literária Marco, e foi redator e locutor de um programa semanal sobre poesia e literatura na Rádio Ministério da Educação e Cultura. Ainda nos anos 50 colaborou em periódicos como Correio da Manhã, Diário de Notícias, Alguma Poesia e Revista do Brasil.
Foi ele o organizador e prefaciador dos três volumes da série Violão de Rua, para o Centro Popular de Cultura da UNE, em 1962 e 1963. Em 1966 foi preso pelo regime militar por suas manifestações a favor da liberdade de expressão. Ele dirigiu a coleção Poesia Hoje, da Editora Civilização Brasileira, entre 1963 e 1971 e foi sócio fundador da Associação Brasileira de Crítica Literária.
Entre suas obras estão O Pão e o Vinho (1959), com o qual ganhou o prêmio Alphonsus de Guimaraens de melhor livro de poesia, em 1960, e Em Nome da Vida, que recebe o prêmio de melhor livro de poesia em 1982, concedido pela APCA.
Moacyr Félix pertence à segunda geração do modernismo brasileiro. Segundo o crítico Alceu Amoroso Lima, "o socialismo poético-libertário de Moacyr Félix representa uma face perene do sentimento de solidão do poeta, como todo exílio, mas também o protesto e a reivindicação social de um futuro melhor para sua gente e sua terra".
Moacyr se expressa assim em seu “O POEMA”.
Ou se vive por inteiro
ou pela metade a gente
escreve a vida
que não viveu
E o papel em branco então serve
Como serve ao prisioneiro
A parede branca do cárcere.
O que não foi é o ser que é
no poema, esse ato mágico
de uma chama que não se vê
tanto mais quanto ela queima
no ar de uma cela vazia
o homem que é posto em pé
sobre os mortos do seu dia.
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