A foice afiada da maior das indesejadas vem fazendo sua colheita diária com um sucesso espantoso, como jamais se viu. Estamos chegando às quatro mil almas perdidas diariamente para o vírus que tem mais amigos no Brasil do que se pensa. A começar pelo presidente, chefe do batalhão, no comando da insensatez.
Tudo que podia ter sido feito no
passado, e a tempo de nos livrar dessa tragédia, foi ignorado, e o que foi
feito traz a marca da incompetência, da insensibilidade e da corrupção. O
dinheiro gasto com os hospitais de campanha que não foram entregues, ou foram apenas
em parte, com respiradores inadequados, máscaras superfaturadas, profissionais mal
remunerados e insuficientes, tudo com o ágio da corrupção brasileira, tem sido
a crônica diária dessa pandemia.
Querem os culpados? Aqui vão: o
presidente dirige o manicômio; governadores e prefeitos corruptos contabilizam
a propina, empresários organizam a festa, e a inconsciência coletiva, que não
aceita mimimi, enfrenta de peito aberto
o corona vírus, por necessidade profissional, ou irresponsabilidade social, mas
todos no mesmo barco da desordem sanitária.
E o que faz o general? Aconselha
o uso preventivo dos medicamentos inócuos receitados pelo presidente, que, como
se vê, entende tanto de medicina, quanto de governar. Mas, que bom, aparece um médico, finalmente a pasta da saúde
terá um representante da área. Pois, que faz o doutor nas primeiras horas no
cargo? Tenta exigir RG, CPF e endereço dos mortos, que é pra ninguém forjar sua
morte, nem sair por aí como alma penda, sem documento. Claro que a coisa não
colou, e o que ele diz: que vai correr os hospitais para saber se estão
morrendo mesmo de Covid-19. Porque morrer do coração, câncer, diabete etc., na
porta do hospital, por falta de leito, não seria problema.
E enquanto a Indesejada vai fazendo
sua colheita, observamos a fome grassando entre os mais necessitados, famílias se
desintegrando, gente boa se locupletando, e os políticos pensando na eleição do
ano que vem que ninguém está aí para brincadeira. Mas, enquanto as torcidas
organizadas vão se armando para o confronto inevitável das urnas, há quem pense
diferente, que só um golpe militar resolveria o problema, como se já não
bastasse um general incompetente. Ninguém parece preocupado com a nação, só com
os seus seguidores. Enquanto a massa que pode ficar em casa no bem bom, se
deleita com as tretas do BBB, que ninguém é de ferro.
Agora me digam, somos todos loucos
de pedra, ou vivemos dentro de um hospício?
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