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SALVE 18 DE ABRIL! SALVE MONTEIRO LOBATO!

 


No dia 18 de abril de 1882 nasceu em Taubaté-SP, Monteiro Lobato, escritor e editor brasileiro. Foi o primeiro autor da literatura infantil no Brasil e na América Latina.  Metade de suas obras é formada de literatura infantil, e destaca-se pelo caráter nacionalista e social. O universo retratado em suas obras são os vilarejos decadentes e a população do Vale do Paraíba, quando da crise do café. Ele situa-se entre os autores do Pré-Modernismo, período que precedeu a Semana de Arte Moderna. Foi alfabetizado pela mãe, Olímpia, e logo despertou o gosto pela leitura, lendo todos os livros infantis da biblioteca de seu avô, o Visconde de Tremembé.

 

Formou-se na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em SP, em 1904. Nesse mesmo ano voltou para Taubaté. Prestou concurso para a Promotoria Pública, assumindo o cargo na cidade de Areias, no Vale do Paraíba, no ano de 1907.

 

No dia 12 de novembro de 1912, o jornal O Estado de São Paulo publicou uma carta sua enviada à redação, intitulada "Velha Praga", onde destaca a ignorância do caboclo, criticando as queimadas e que a miséria tornava incapaz o desenvolvimento da agricultura na região. Sua carta foi publicada e causou grande polêmica. Mais tarde, publica novo artigo "Urupês", onde aparece pela primeira vez o personagem "Jeca Tatu".

 

Em 20 de dezembro de 1917, publicou em O Estado de São Paulo, o artigo intitulado "Paranoia ou Mistificação?", onde critica a exposição de Anita Malfatti, pintora paulista recém chegada da Europa. Estava criada uma polêmica, que acabou se transformando em estopim do Movimento Modernista.

 

Em seguida comprou a "Revista do Brasil" e torna-se editor. Publica em 1918, seu primeiro livro "Urupês", que esgota em sucessivas tiragens. Transforma a revista em centro de cultura e a editora em uma rede de distribuição com mais de mil representantes.

 

Em 1921 publica "Narizinho Arrebitado", livro de leitura para as escolas. A obra fez grande sucesso, o que o levou a prolongar as aventuras da personagem em outros livros girando todos ao redor do "Sítio do Pica-pau Amarelo".

 

Acusações de racismo

Em 2010, Lobato foi acusado de racista, seu livro Caçadas de Pedrinho, publicado em 1933, de leitura obrigatória nas escolas públicas, foi alvo de mandato de segurança impetrado pelo Instituto de Advocacia Racial (IARA) perante o STF. O IARA requeria a retirada do livro de Lobato da lista de leitura obrigatória, para que as crianças brasileiras não ficassem expostas ao seu alegado conteúdo racista, porque a personagem negra Tia Nastácia é chamada de "macaca de carvão" e referida como pessoa que tem "carne preta".

 

Mas acompanho a interpretação de alguns estudiosos e juristas, quando afirmam que a acusação ignora as ambivalências, as contradições que possam estar presentes na escrita do autor. Porque ele, Lobato, não se esquiva em denunciar as crueldades do escravismo, conforme se constata no conto “Negrinha”'.

 

Para os juristas, seria mais adequado colocar Lobato numa posição ambivalente, porque ora o autor compartilha dos preconceitos vigentes na época a cerca do negro, ora mostra a situação de desumanidade à que estavam submetidos esses indivíduos. O primeiro livro que publicou, que não considera seu, porque é resultado da contribuição de centenas de pessoas de todo o país: O Saci-Pererê: resultado de um inquérito (1918), baseia-se na lenda do Saci. Um escritor racista não estrearia com um livro sobre lenda da cultura negra.

 

Nos momentos em que manifesta algum racismo, Lobato está apenas refletindo o ”espírito da época” que encontramos também em textos de intelectuais de seu tempo, como Gilberto Freyre e Euclides da Cunha.

 

O que ele sempre demonstrou foi um amor profundo pelo Brasil, e uma tenacidade  gigante para que o país desse certo, e sabia que para isso seria preciso preparar as futuras gerações, por isso começou a escrever para as crianças, e fez de maneira admirável.      

 

Monteiro Lobato faleceu em São Paulo, no dia 5 de julho de 1948, de problemas cardíacos.

 

 

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