Às notícias que chegam de nossas guerras particulares nos dão a triste notícia do quanto os dois últimos anos afetaram dramaticamente nossa saúde mental. O isolamento social, a angústia de não saber como seria o dia de amanhã, a distância dos parentes e amigos, a dúvida se nos veríamos de novo, a prisão involuntária dentro de casa, tudo isso nos afetou a ponto de colocarmos em dúvida o futuro.
Alguns mais, outros menos, mas todos deixamos parte de nossas certezas para trás, nos recolhemos a espera da ciência ou de um milagre, ninguém ficou ileso. Nem os negacionistas com suas insensíveis certezas, suas arrogâncias cegas, podem dizer que se saíram cem por cento. Todos estamos pagando nossa pequena ou grande parte de medo, ou de perda efetiva para a Covid-19. Por muito tempo seremos afetados por ela e pela parte escura da humanidade que se agarra nesse negacionismo irracional. Mas independente de que lado estamos, somos todos vítimas.
Por isso gostaria de saber como você está?
Quero que saiba que entendo sua impaciência, seu medo, sua mágoa, sua angústia, seu desespero. Mas não podemos ficar travados diante da dor ou da desesperança, nem nos lançarmos como se não houvesse amanhã. Precisamos nos unir para cuidar dos sequelados, dos órfãos, dos desiludidos.
Temos que cuidar do pessoal da saúde, daqueles que ficaram na linha de frente combatendo nessa guerra, sem eles o que teria sido de todos nós? E a primeira forma de cuidar deles é nos protegendo para não enchermos outra vez os hospitais. Por que nem eles, nem nós, aguentaremos outra onda como a que vivemos no auge da pandemia, as consequências poderão ser mais graves.
Estamos todos esgotados, sem paciência, a ponto de nos entregarmos ao
pior. Vemos aos poucos a doença com suas variantes retomando os espaços que
havia perdido, quando tudo parecia caminhar para o fim. Mas ainda estamos no
meio do jogo, por isso se cuide, cuide dos que estão perto, é nossa melhor
opção, a outra, é a doença.
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