A
cultura de violência instalada no país não é de hoje, mas nunca foi tão grave, desde
a ditadura militar, passando pela corrupção dos últimos governos, especialmente
no Rio de Janeiro, na promiscuidade entre políticos, milicianos e crime
organizado, para domínio de territórios.
Mas o
que já era grave vem ultrapassando as barreiras do suportável à medida que vão
se aproximando as eleições, que pelo andar da carruagem, serão muito difíceis.
Essa percepção está nos detalhes do que vamos juntando, um pedaço aqui, outro
acolá, e o cenário vai se formando.
Um
bombeiro atirar num atendente de lanchonete por discordar do atendimento não é
um caso isolado, faz parte desse clima de violência, liberação de armas e
empáfia da truculência. Ele se junta as mortes de inocentes provocadas por
policiais ou bandidos nas comunidades, as atitudes do vereador que forja batida
policial e invade hospitais públicos como se fosse justiceiro, passa pelo
deputado criminoso que se recusa a receber intimação e zomba da justiça, chega à
liberação de criminosos do colarinho branco pelo Supremo, até as bravatas do
presidente golpista, que inspirado em seu ídolo americano, insufla a massa
contra as eleições, porque não pretende entregar o cargo ao perder.
Para
justificar esse estado de coisas está à pauta de costumes, Deus acima de tudo,
a tal liberdade de expressão e a arma como defesa da liberdade individual, apesar
de não conseguirmos sair à rua tranquilos, restringirmos nossa mobilidade na
cidade e ficarmos apáticos diante do medo.
Como
sair desse ciclo insuportável quando um terço da nação está atrelado à
violência da direita reacionária e outro terço a decadência da esquerda, com o
centro perdido em não propostas de políticos egoístas e cegos pelo poder?
Onde
estão os sensatos que constroem pontes? Pontes de cortesia, de escuta altruística,
de diálogo honesto, de responsabilidade social, de respeito às instituições, apesar
da corrupção de muitos de seus mandatários. Onde estão os sensatos com visão de
futuro? Sem esses a nação não parecer ter bom futuro.
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