Ouço pessoas satisfeitas com o avanço de Bolsonaro sobre o Supremo, ele diz que os ministros não o deixam trabalhar, isso porque lhe impedem o avanço golpista. Podem-se ter todas as reclamações contra os ministros, mas o STF hoje é a única muralha contra o autoritarismo da direita e da esquerda. Foi assim com o PT e está sendo com Bolsonaro.
Mas a reeleição de Bolsonaro será a pá de cal sobre o equilíbrio dos poderes e a submissão do Supremo diante do executivo. As propostas para isso já foram apontadas por Mourão, vice-presidente e agora eleito senador. A solução é aumentar a quantidade de ministros no Supremo nomeando simpatizantes do governo.
O mesmo caminho da Venezuela, que o presidente aponta como mau exemplo, como foi o da Hungria e da Rússia, que chegaram à ditadura pelo voto. Hoje todos esses povos, levados pelo patriotismo, pela ideologia política, pela pauta dos costumes e pela mentira, amargam a derrota para um inimigo violento que lhes tira a democracia, e o desenvolvimento econômico e social.
Esses povos só perceberam o que perderam depois do desastre, mas é um
caminho sem volta, pelo menos, em médio prazo. E é o que está apontado para nós caso Bolsonaro vença. Os arroubos ditatoriais se ouvem não só no presidente e
no vice. O candidato Tarcísio, a frente das pesquisas para o governo de São
Paulo, informou que ao ser eleito, irá tirar a câmera instalada nos uniformes
dos policiais. Como a grita foi grande ele recuou, mas apenas por questão
eleitoreira, como fez o presidente dizendo que a proposta de aumento dos juízes
do
Supremo foi coisa da imprensa, mas é dado como liquido e certo que o decreto já
está pronto, só espera ele ganhar as eleições.
Tirar a câmera do uniforme dos policiais é liberar a matança contra os pobres, os periféricos, guerra onde morrem bandidos e muitos inocentes, inclusive crianças, mas essa violência está no DNA do bolsonarismo. As câmeras foram a recente conquista da sociedade contra os crimes policiais, mas o candidato acha que deve retirá-las para que possam trabalhar.
Esses são dois sinais preocupantes que hoje aparecem nas falas dos
políticos, que não trazem propostas de melhorias econômicas e sociais, mas de
submissão e mais violência. Reconduzir Bolsonaro a presidência, por mais corrupto
que seja o outro lado, será o aval para que o país mergulhe no obscurantismo da
ditadura. E o presidente ainda poderá dizer que estará fazendo a vontade
popular, como dizem todos os ditadores.
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