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EMICIDA E O BRASIL

    O lançamento pela Netflix de AmarElo - É tudo para ontem , documentário do compositor e cantor Emicida é seguramente a coisa mais importante que aconteceu neste ano torto. Não se trata apenas de um filme sobre um artista, sobre música ou o empoderamento negro, trata de todos nós, de todo homem e mulher nascido, trazido ou chegado ao Brasil, trata dos caminhos e descaminhos trilhados por nossa nação nesses 500 anos. O filme é urgente para todos que se preocupam com o presente e com o futuro do país, porque Emicida e seus companheiros já fizeram sua parte, dizendo sem papas na língua, com virulência, mas sem ódio, até com amor, que não aguentam mais. Mostraram sem meias palavras como tratamos nossos iguais neste país de tantas desigualdades. Se alguém ainda tinha dúvida do protagonismo e contribuição dos africanos e seus descendentes no desenvolvimento do país, na criação da riqueza material desde o braço escravo até a criação artística, do desempenho desportista à reflexão fil

FINALMENTE O FIM DO ANO

Chegamos ao fim deste ano troncho, e se ainda não é o final, a vontade de sair dele é tanta que já dou como terminado. Vai sem saudade, sem riso e sem lágrimas, como devem ir todos que atrapalham a vida dos outros. Mas o culpado foi o Covid-19, pode lembrar você. Não importa, os dois estão  mancomunados . Prenderam-nos em casa, mas não tolheram nossa criatividade e nossa vontade de trabalhar.   Mesmo presos nesse isolamento conseguimos na Taba Cultural desenvolver o projeto Palavras do Caos , vitorioso pela participação dos autores e pelo alcance junto aos leitores. Os e-books Poesia na Pandemia e Em casa com tudo já tiveram milhares de visualizações nos dois blogs onde estão ancorados, e sucesso semelhante terá o livro físico ao se espalhar pelas mãos dos autores por todo o país. O livro ficará pronto dentro de poucos dias, e o lançamento, devido as circunstância, será online. Finalizamos o projeto Palavras do Caos com o lançamento, que compreendeu apenas dois e-books e o livr

A ESCRITA E O ESCRITOR

Uma coisa é escrever, outra é ser escritor. A escrita pode ser apenas desabafo, passa tempo, uma forma de organizar a alma, as emoções... Neste sentido é usada, inclusive, como tratamento em algumas enfermidades. Pode ser que nesses momentos a pessoa produza coisas muito boas, curiosas, afinal, trata de sofrimentos que são comuns a muitas pessoas, e mesmo as que não têm os mesmos sofrimentos vão entender o que ela escrever.   É ainda um processo de autoconhecimento, porque à medida que você coloca suas emoções no papel, você estabelece um diálogo com você mesmo, e certamente a escrita vai lhe ajudar em questões importantes em sua vida, porque ao colocar para fora essas questões você vai poder olhar para elas com mais clareza. Enquanto a escrita está nesse patamar a pessoa é apenas um... um sofredor. Um diletante..., na maioria dos casos sequer tem vontade de apresentar o que escreveu para as outras pessoas. Porque lhe falta motivo, autoconfiança, e porque não escreveu pensando no

VOZ QUE VEIO DE LONGE

Há um mês recebi uma ligação que me deixou com as orelhas em pé como cachorro espantado, o cara me fazia perguntas estranhas, coisas que eu sabia que tinha vivido e outras que eu nem lembrava mais. Mas enquanto ele falava sem se identificar a voz foi ganhando contornos e recompondo uma história de 40 anos. Gritei feliz: sei quem você é! Você era o mais branco da turma! Porque eu já sabia com quem falava, mas não lembrava o nome. Ali ele se revelou, era Serginho, Serginho Pimentel. Começamos a rir e emendamos num papo de mais de uma hora, coisa inusitada para mim que sempre sou breve ao telefone. Lembramo-nos do João, com quem ele tem contato permanente, e nos perguntamos pelos outros da turma: Léo, Ruth, Chico e sua irmã...1978, 79, 80, SESC da Tijuca, João do Vale, ditadura militar, Geração 477, e os companheiros da arte, quanta água passou por esse rio. A memória vai me trazendo as fisionomias, mas os nomes de tantos não. Serginho é profissional de áudio visual em Brasília e crio

AMOR E SORTE, MAS NEM SEMPRE

O segundo episódio da série Amor e Sorte, da TV Globo, ficou a desejar. Não em relação ao casal de atores, Lázaro Ramos e Taís Araújo, já reconhecidos pelo talento, mas a dramaturgia de pouco humor, e sem densidade dramática, deixou os atores a mercê de suas performances apenas, e isso não salvou o episódio. Ao contrário do capítulo de estreia com Fernanda Montenegro (Gilda) e Fernanda Torres (Lúcia), mãe e filha na vida e na ficção, onde o humor e a densidade dramática caminharam lado a lado dando suporte as performances das atrizes. O de ontem, 15 de setembro, apostou num tema político, mas carente de simpatia, que apesar de atual já parece remoído, passado, mesmo que continuemos vivendo nesse tumultuado mundo político que temos, e das mazelas da pandemia, que somadas as de sempre deixa o quadro ainda mais dramático. Luxo mesmo foi ver o embate das duas Fernandas nessa temporada de tantas reprises, até no noticiário, pois o que vemos diariamente nos escândalos de corrupção é o

VIVA A LEI!

Hoje acordamos com a notícia alvissareira do afastamento do governador Witzel, prisão do presidente de seu partido, mais algumas prisões e apreensões envolvendo a cúpula do governo, e prisão de um desembargador, todos envolvidos de corrupção nos gastos emergenciais da pandemia. Mas isso é muito pouco diante de nosso desalento, porque já aguardamos a hora em que todos estarão livres e faqueiros para delinquir novamente.      Na primeira instância a lei prende os pobres, e solta os traficantes, enquanto os desvalidos morrem de balas perdidas nas ruas e até dentro de casa, pois não há lugar seguro nesta cidade. Os bandidos perigosos, mas endinheirados, quando são presos, saem sorrindo da cadeia com o alvará de soltura na mão,  não importa os crimes quem tenham cometido. No andar de cima, bem lá em cima, o Supremo se encarrega de soltar os bandidos do colarinho branco, quando prendem. Para esses parecia que o tempo havia chegado, mas foi nosso engano. Eles continuam protegidos,

UM DIA NO VELHO OESTE

No Velho Oeste ele nasceu. Não sei se se criou entre bravos, mas se fez xerife e como paladino da justiça, um dia achou que poderia livrar a cidade dos bandidos que a dominavam. Com a ajuda de outros jovens xerifes, não comprometidos com os descaminhos dos velhos homens da lei que sempre pactuaram com os velhos bandidos, criou uma força tarefa e foi atrás dos meliantes que sugavam as riquezas de todos. Não foi uma luta fácil, era um grupo pequeno contra não apenas uma, ou duas quadrilhas, como se verificou no curso da história, mas várias. Quanto mais eles descobriam e pegavam bandidos, mais eles apareciam. Bandidos pequenos, grandes, donos do pedaço. Não tivesse sido a tenacidade do grupo eles teriam sucumbido. Finalmente o povo achou que havia chegado a um Novo Oeste, que se não acabara com a bandidagem, pelo menos, dera cobro, que a partir dali os poderosos pensariam duas vezes antes de delinquir, graças ao grande xerife e sua turma. Tadinho daquele povo.       Pois q