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RESPIRA, RESPIRA, AINDA DÁ PRA RESPIRAR!

O ambiente está tóxico, mas ainda dá para respirar. Ninguém vai se salvar sozinho, ou nos salvaremos coletivamente, ou o desastre será geral. Mesmo que você tivesse uma nave para lhe levar para outro planeta, você não teria condição de ir sozinho. Ninguém povoa uma ilha, ou um planeta, sozinho. A divisão social e a individualidade que experimentamos neste momento, exacerbadas pelo ambiente político e pela pandemia, revela-nos uma face truculenta, ignorante, mesquinha, individualista, corrupta e irresponsável, que coloca em risco não apenas nossa democracia, mas nossa sobrevivência como espécie, bem como o meio ambiente, a flora e a fauna. Isso é o que irá acontecer se deixarmos o ministro passar toda a boiada.   Todo ser humano com um mínimo de bom senso já compreendeu que a vacina é a única saída para vencermos o COVID-19 e seus desdobramentos. Pelo que preveem os estudiosos estamos às portas de um tsunami epidemiológico de proporções apocalípticas. Enquanto isso vemos o negacio

NOSSA TRAGÉDIA VAI ALÉM DE MANAUS

“Falta oxigênio no pulmão do mundo” é a frase feita que corre o país hoje,   parece ironia, mas não é. Manaus é exemplo para todo o país, cuide-se como puder porque não faltam armadilhas e responsáveis por essa tragédia anunciada. Não foi por falta de aviso, não foi por desconhecimento do problema. Cientistas e médicos comprometidos com a saúde e a vida vêm alertando desde sempre. O clima geral de irresponsabilidade política, falta de senso crítico, pouco caso com a vida dos outros, roubalheira do dinheiro público, estupidez e arrogância, se espalha por toda a sociedade, do presidente da república que todo momento procura se eximir de sua responsabilidade como se não fosse ele o mandatário da nação, que ainda incentiva a desobediência às prevenções, ao governador metido no descompasso da mal-versação do dinheiro público, passando pelas associações profissionais e patronais, aliados a políticos estúpidos que orquestraram a falácia da disputa entre a saúde e a economia, e fizeram o p

EMICIDA E O BRASIL

    O lançamento pela Netflix de AmarElo - É tudo para ontem , documentário do compositor e cantor Emicida é seguramente a coisa mais importante que aconteceu neste ano torto. Não se trata apenas de um filme sobre um artista, sobre música ou o empoderamento negro, trata de todos nós, de todo homem e mulher nascido, trazido ou chegado ao Brasil, trata dos caminhos e descaminhos trilhados por nossa nação nesses 500 anos. O filme é urgente para todos que se preocupam com o presente e com o futuro do país, porque Emicida e seus companheiros já fizeram sua parte, dizendo sem papas na língua, com virulência, mas sem ódio, até com amor, que não aguentam mais. Mostraram sem meias palavras como tratamos nossos iguais neste país de tantas desigualdades. Se alguém ainda tinha dúvida do protagonismo e contribuição dos africanos e seus descendentes no desenvolvimento do país, na criação da riqueza material desde o braço escravo até a criação artística, do desempenho desportista à reflexão fil

FINALMENTE O FIM DO ANO

Chegamos ao fim deste ano troncho, e se ainda não é o final, a vontade de sair dele é tanta que já dou como terminado. Vai sem saudade, sem riso e sem lágrimas, como devem ir todos que atrapalham a vida dos outros. Mas o culpado foi o Covid-19, pode lembrar você. Não importa, os dois estão  mancomunados . Prenderam-nos em casa, mas não tolheram nossa criatividade e nossa vontade de trabalhar.   Mesmo presos nesse isolamento conseguimos na Taba Cultural desenvolver o projeto Palavras do Caos , vitorioso pela participação dos autores e pelo alcance junto aos leitores. Os e-books Poesia na Pandemia e Em casa com tudo já tiveram milhares de visualizações nos dois blogs onde estão ancorados, e sucesso semelhante terá o livro físico ao se espalhar pelas mãos dos autores por todo o país. O livro ficará pronto dentro de poucos dias, e o lançamento, devido as circunstância, será online. Finalizamos o projeto Palavras do Caos com o lançamento, que compreendeu apenas dois e-books e o livr

A ESCRITA E O ESCRITOR

Uma coisa é escrever, outra é ser escritor. A escrita pode ser apenas desabafo, passa tempo, uma forma de organizar a alma, as emoções... Neste sentido é usada, inclusive, como tratamento em algumas enfermidades. Pode ser que nesses momentos a pessoa produza coisas muito boas, curiosas, afinal, trata de sofrimentos que são comuns a muitas pessoas, e mesmo as que não têm os mesmos sofrimentos vão entender o que ela escrever.   É ainda um processo de autoconhecimento, porque à medida que você coloca suas emoções no papel, você estabelece um diálogo com você mesmo, e certamente a escrita vai lhe ajudar em questões importantes em sua vida, porque ao colocar para fora essas questões você vai poder olhar para elas com mais clareza. Enquanto a escrita está nesse patamar a pessoa é apenas um... um sofredor. Um diletante..., na maioria dos casos sequer tem vontade de apresentar o que escreveu para as outras pessoas. Porque lhe falta motivo, autoconfiança, e porque não escreveu pensando no

VOZ QUE VEIO DE LONGE

Há um mês recebi uma ligação que me deixou com as orelhas em pé como cachorro espantado, o cara me fazia perguntas estranhas, coisas que eu sabia que tinha vivido e outras que eu nem lembrava mais. Mas enquanto ele falava sem se identificar a voz foi ganhando contornos e recompondo uma história de 40 anos. Gritei feliz: sei quem você é! Você era o mais branco da turma! Porque eu já sabia com quem falava, mas não lembrava o nome. Ali ele se revelou, era Serginho, Serginho Pimentel. Começamos a rir e emendamos num papo de mais de uma hora, coisa inusitada para mim que sempre sou breve ao telefone. Lembramo-nos do João, com quem ele tem contato permanente, e nos perguntamos pelos outros da turma: Léo, Ruth, Chico e sua irmã...1978, 79, 80, SESC da Tijuca, João do Vale, ditadura militar, Geração 477, e os companheiros da arte, quanta água passou por esse rio. A memória vai me trazendo as fisionomias, mas os nomes de tantos não. Serginho é profissional de áudio visual em Brasília e crio

AMOR E SORTE, MAS NEM SEMPRE

O segundo episódio da série Amor e Sorte, da TV Globo, ficou a desejar. Não em relação ao casal de atores, Lázaro Ramos e Taís Araújo, já reconhecidos pelo talento, mas a dramaturgia de pouco humor, e sem densidade dramática, deixou os atores a mercê de suas performances apenas, e isso não salvou o episódio. Ao contrário do capítulo de estreia com Fernanda Montenegro (Gilda) e Fernanda Torres (Lúcia), mãe e filha na vida e na ficção, onde o humor e a densidade dramática caminharam lado a lado dando suporte as performances das atrizes. O de ontem, 15 de setembro, apostou num tema político, mas carente de simpatia, que apesar de atual já parece remoído, passado, mesmo que continuemos vivendo nesse tumultuado mundo político que temos, e das mazelas da pandemia, que somadas as de sempre deixa o quadro ainda mais dramático. Luxo mesmo foi ver o embate das duas Fernandas nessa temporada de tantas reprises, até no noticiário, pois o que vemos diariamente nos escândalos de corrupção é o